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quinta-feira, 18 de março de 2010

Lugar à juventude!


No debate entre as pré-candidaturas do PSOL, realizado na segunda (15/03) em São Paulo , um fato chamou muito à atenção. Plínio de Arruda Sampaio, na sua fala de encerramento, dirigiu-se à juventude do PSOL que estava na plenária, apoiadora de Martiniano Cavalcante, e disse que esta lhe inspirava pena. Segundo ele, porque tal juventude não tem em sua trajetória a experiência de grandes lutas e, portanto, o sonho da revolução.

            Este fato, além de causar indignação, sugere duas coisas: ou Plínio desconhece a trajetória de combatividade da Juventude do PSOL, da qual a juventude do MES fez parte desde o seu início, ou esta trajetória não provoca em Plínio qualquer respeito. Sendo qualquer uma das opções a correta, torna-se indispensável esclarecer ao Plínio pré-candidato do PSOL qual o papel que cumpre esta juventude na construção do partido e das lutas que participamos.

Atualmente, um importante exemplo disso é a vitória nas eleições do DCE da USP. Esta última eleição foi uma batalha vencida a duras penas contra a direita pró-Serra e o aparelhismo do PSTU. Infelizmente, no momento em que a direita tomava força sem precedentes na USP, parte significativa dos setores que apóiam hoje a pré-candidatura de Plínio preferiu não intervir diretamente no processo, declarando voto tanto à chapa construída por militantes do PSOL, e pela juventude do MES, quanto à chapa do PSTU.

Tal postura favoreceu a direita já que, entre outros motivos, o PSTU foi um dos grandes responsáveis pelo fortalecimento do sentimento reacionário na USP, devido à sua política propagandista e exclusivamente pautada na sua autoconstrução.  Apesar disso, Plínio não se cansa da fazer elogios ao PSTU. E exemplos disso não faltam. Plínio em 2008, à revelia do núcleo do PSOL, foi à USP participar de uma atividade de campanha da chapa do PSTU para o DCE, enquanto a juventude do PSOL havia optado por construir outra chapa.

             A vitória nas eleições do DCE é fruto também de uma trajetória. Uma trajetória que reúne muitos exemplos, como a ocupação da sede do INCRA em Brasília, realizada conjuntamente pela juventude do MES e pelo MTL, em meio a uma grande marcha contras as reformas do governo Lula; como as greves na USP de 2000, 2002 e 2004; como os atos de 2005 impulsionados pelo movimento estudantil da USP e que culminaram na ocupação da Assembléia Legislativa de SP. Assim como a ocupação da reitoria da USP em 2007 e a luta contra a ditatorial Reitora da USP, através do movimento Blusas Amarelas e do Fora Suely.

            Infelizmente, Plínio parece desconhecer ou ignorar que a história da juventude do MES foi forjada na luta concreta, real, enfrentando os projetos neoliberais de Lula e Serra e no internacionalismo, apoiando os processos revolucionários latino americanos. É fato que a luta internacionalista também é parte da tradição de nossa juventude. Meses atrás, em meio à resistência ao golpe em Honduras, dois militantes de nossa juventude estiveram junto ao secretário internacional do partido, apoiando a resistência e as ocupações das universidades pelo movimento estudantil desse país.

Eu mesma estive há dois anos na fronteira com Bolívia apoiando logisticamente a resistência camponesa. Também pude acompanhar o referendo constitucional que esteve ameaçado pela ação golpista da direita boliviana. Membros de nossa juventude estiveram e estão hoje na Venezuela apoiando a construção da juventude bolivariana contra a direita encastelada nas universidades. Um movimento estudantil reacionário, apoiado pelo PSTU, partido de que tanto fala Plínio como exemplo da luta socialista. Vale lembrar que no caso da Venezuela este partido também votou contra o referendo de Chávez e apoiou a RCTV. 

Fizemos isso porque herdamos uma tradição de intervenção na luta de classes, de militância para a ação e reivindicamos um internacionalismo ativo que ganha cada vez mais força no PSOL. Assim como reivindicamos e reconhecemos a experiência da nossa corrente na luta continental e mundial contra o imperialismo e a burguesia. Corrente esta que teve mais de cem militantes mortos o desaparecidos na ditadura Argentina, que fez parte ativa da insurgência camponesa no Peru e da intervenção em defesa de Chávez contra o golpe imperialista em 2002.

Para nossa juventude a história de luta de nossa corrente e a luta travada dia-a-dia deve caminhar para um único projeto: a construção de uma alternativa de poder para o povo brasileiro que seja capaz de combinar as tarefas democráticas transitórias com a imprescindibilidade da revolução socialista. Assim, acreditamos que este projeto se constrói hoje em torno do PSOL, como superação da falência do PT e do próprio PSTU, que tanto combate o nosso partido.

A necessária elevação da consciência das massas, como bem disse Plínio, não será fruto dos acertos e dos pontos positivos do governo Lula, muito menos da política do PSTU ou da política de choque social proposta por Plínio. Será resultado da mobilização e da experiência das massas na qual o PSOL deve estar inserido.

Diante disso, no debate do dia 15 estavam presentes três candidatos, mas o resultado da discussão nos apresentou apenas duas possibilidades. Uma delas pode ser o retrocesso do espaço que o PSOL acumulou neste último período através da referência de massas em Heloísa Helena , da política acertada contra a corrupção, da denúncia da similitude de projetos entre PT e PSDB. Retrocesso este que também poderá florescer da política ilusória de aliança orgânica com o PSTU. Ou podemos ter a possibilidade de avançar na influência de massas de nosso partido, sendo capaz de dialogar com a realidade concreta da população brasileira, disputando a consciência do povo para outro projeto de sociedade. Projeto este que não pode morar em nossos corações apenas como eterna utopia, mas como tarefa permanente dos que lutaram ontem, dos que lutam hoje e dos que lutarão amanhã.

A juventude tem sido parte indispensável para que o projeto do PSOL se torne viável. Plínio de Arruda não se deu conta ainda que a juventude do PSOL tem os sonhos, a rebeldia e a ousadia necessárias à luta revolucionária, mas como disse Lênin: è preciso sonhar com a condição de crer em nosso sonho, de observar com a atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles. Nós acreditamos!
Nathalie Drumond
Militante da Juventude do MES/PSOL
Martiniano Presidente!”
 

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