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sábado, 29 de agosto de 2009

Heloísa Helena fala aos militantes no II Congresso Nacional do PSol








Heloísa Helena fala aos militantes no II Congresso Nacional do PSol

Política
Fundação Lauro Campos
Dom, 23 de agosto de 2009 13:32

Heloísa Helena chama à unidade do PSol e à construção de um programa para 2010

O 2º Congresso Nacional do PSOL foi aberto oficialmente no início da tarde da sexta-feira, 21, na quadra dos Bancários, em São Paulo, com 372 delegados eleitos.

O início do evento, que se estendeu até o domingo, 23, foi marcado por homenagens a militantes que faleceram recentemente, a solidariedade ao povo de Honduras que sofreu um golpe militar e pelo discurso da presidenta nacional do partido, Heloísa Helena, que relembrou os tempos e razões da fundação do PSol, afirmando que, quando um partido ousa mudar de lado e patrocinar uma traição de classe, as bandeiras da classe trabalhadora não são enterradas.

"A nenhum partido é dado o direito de se considerar dono das bandeiras históricas e das lutas da classe trabalhadora. Neste momento, outros militantes pegam as bandeiras caídas, sacodem a poeira e as levantam de novo. O PSol nasceu, portanto, por uma necessidade histórica", disse.

Passados cinco anos, a conjuntura segue desafiadora. Na avaliação de Heloísa, o debate sobre a crise não teve tanto impacto na população porque a maior parte do povo brasileiro já vive há muito tempo nessas condições. Ela lembrou a luta das mulheres por condições básicas de saúde, dos sem-teto por moradia, da juventude vítima da violência, da população pobre que vive nas periferias e é aliciada constantemente pelo crime organizado.

Atacou o personalismo, afirmando que não se deve atribuir a ninguém o único elemento depositário das esperanças conjunturais de um processo eleitoral ou das lutas do povo brasileiro. E questionou: "o que estamos fazendo enquanto estrutura partidária para estarmos à altura desta honra emocionante e preciosa que, quando sai uma pesquisa eleitoral, a generosidade do povo brasileiro, sem a mídia, sem uma militância unida, apresenta uma mulher do povo, uma sertaneja, considerada uma louca e uma histérica porque não se acovarda diante da elite política e econômica, com este resultado nas pesquisas?".

Entrando direto no tema das eleições presidenciais de 2010, Heloísa defendeu que as escolhas dos nomes do partido para um processo eleitoral, qualquer que seja, devem se dar em torno de um programa claro. "Vamos estruturar o programa do partido para disputar o imaginário popular e depois ver quem é a melhor militante ou o melhor militante para representar o PSol no processo eleitoral de 2010", declarou.

Heloísa reafirmou a importância da disputa para o Senado em Alagoas, onde a luta de classes é pesada e as engrenagens do poder político, midiático e econômico precisam ser enfrentadas. E rechaçou a idéia de que é preciso convencê-la da tarefa de disputar a Presidência da República.

"Aqui está uma sertaneja que não abre mão da luta, que não corre do pau. Sei das responsabilidades que tenho. Meu nome estará sempre à disposição do meu querido Partido Socialismo e Liberdade. Pra mim foi uma honra representar o PSol na primeira eleição presidencial e será também uma honra representar na segunda. Mas é muito importante que a gente deixe claro qual é o nível de unidade dentro do partido em relação ao processo eleitoral de 2010 e qual o programa que vamos apresentar o povo brasileiro", concluiu.

O II Congresso Nacional do PSol encerrou-se com a reeleição de Heloísa Helena como presidente nacional do partido e a renovação do colegiado dirigente.

Marcelo Freixo
Marcelo Freixo

Apoio ao Freixo: Uma unidade entusiasmada

Eduardo Alves

Independentemente das várias avaliações que podem surgir do II Congresso do PSol, é justo afirmar que houve um momento de unidade plena e entusiasmada. Quando Milton Temer subiu ao tablado profano das apresentações de idéias e tomou o centro do palco para apresentar uma moção de apoio à luta do Freixo e de seu mandato no Rio de Janeiro, os delegados e as delegadas aplaudiram: de pé e euforicamente. Tratava-se ali de um reconhecimento manifesto que, mesmo ausente no programa de TV do PSol, confirmou-se, no coração, na alma e nas mentes de centenas de dirigentes presentes naquela quadra paulista, que o que fazemos no Rio recebe, de todos e todas, um sentimento de pertencimento.

No centro da resolução, três elementos se destacavam: 1 - Marcelo Freixo, Vinícius George (um dos assessores do mandato) e todos aqueles que apareceram na frente da luta contra as milícias merecem a solidariedade e o apoio incondicional do PSol; 2 - o PSol será parte ativa na luta para denunciar as barbáries do crime organizado e na construção do movimento por direitos humanos; 3 - o PSol implementará uma campanha nacional em defesa de todos os ameaçados pelas milícias, cobrando das autoridades iniciativas sérias de proteção, e encaminhará as indicações do relatório final da CPI que investigou as milícias no Rio de Janeiro. Pois bem, a síntese entre solidariedade e compromisso se fez carne na resolução que unificou toda a diversidade de sons, vozes e idéias que balançaram os alicerces da casa que nos acolhia.

Essa iniciativa tomada por toda a bancada do Rio de Janeiro, para além de tendências ou idéias, demonstrou a adesão positiva do conjunto do partido às lutas do mandato. Nessa fileira seguimos com uma unidade inquestionável e isso foi confirmado para além das fronteiras do Rio de Janeiro. É com entusiasmo que podemos saudar uma atuação parlamentar nova, mas madura, criativa, responsável e socialista. O compromisso do mandato com os trabalhadores, com destaque para os setores mais pobres e marginalizados, tem servido de oxigênio para o PSol, vários movimentos sociais e (temos certeza) para o próprio Freixo.

Sabemos assim que a influência mútua é uma síntese que só pode ter como determinação a colaboração entre companheiros na estratégia socialista por liberdade. Foi realmente uma cena animadora ver que a ação de compromisso político de Freixo e sua equipe é inspiração para o conjunto do partido. A bancada do Rio se orgulha e os militantes do PSOL se fortalecem de convicção. Isso é produto do compromisso com a transformação radical da sociedade que tem o mandato. Principalmente, como nos ensinou Che, é a cumplicidade revolucionária que nos permite "sentir profundamente qualquer injustiça praticada contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo".

MOÇÃO DE APOIO E SOLIDARIEDADE

"Nada deve parecer natural,
nada deve parecer impossível de mudar."
Bertolt Brecht

Nós, militantes do PSol, presentes ao II Congresso Nacional do Partido Socialismo e Liberdade, expressamos nosso total e irrestrito apoio e solidariedade aos companheiros Marcelo Freixo, Deputado Estadual pelo PSol do Estado do Rio de Janeiro, e seu assessor, o Delegado Vinícius George.

Marcelo e Vinícius vêm, há anos, dedicando-se à causa dos Direitos Humanos para todos. E ao combate permanente às ações do crime organizado, em suas mais diversas modalidades, como no tráfico armado de entorpecentes ou nas atividades de milicianos, muitas vezes "agindo em nome do Poder Público".

Desde o mês de junho de 2008, quando da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, presidida por Freixo, para investigar a expansão das milícias no Estado, os companheiros estão ameaçados de morte.

Deste modo, o PSol se alia às diversas manifestações feitas pelos órgãos nacionais e internacionais de defesa dos Direitos Humanos, exigindo de nossas autoridades imediatas providências.

O PSol implementará campanha nacional em defesa de Marcelo Freixo e de todos os ameaçados pelas milícias. Isto significa cobrar, com todas as nossas forças, proteção eficaz, investigações independentes, julgamento de todos os envolvidos e agilização da tramitação dos projetos que tipificam os crimes de milícia no Congresso Nacional.

Plenário do II Congresso Nacional do PSol
São Paulo, agosto de 2009

Seminário Internacional do PSol declara solidariedade ao povo hondurenho e às lutas sociais na América Latina








Seminário Internacional do PSol declara solidariedade ao povo hondurenho e às lutas sociais na América Latina

Internacional
Fundação Lauro Campos
Dom, 23 de agosto de 2009 14:23

A solidariedade com o povo hondurenho, que sofreu recente golpe militar, e o combate à presença de forças militares norte-americanas na Colômbia foram alguns dos temas mais citados na abertura do Seminário Internacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) na manhã da terça-feira, 18 de agosto, em São Paulo. Com o tema "Crise: Alternativas na América Latina e para o Mundo", o evento contou com a presença de representantes de movimentos e partidos de esquerda da Bolívia, Peru, Colômbia e do presidente da Fundação Lauro Campos, Milton Temer.

O primeiro integrante da mesa a falar foi o dirigente do partido Movimento para o Socialismo (MAS), Sérgio Loyaza, representante da Bolívia. Ele deu um depoimento sobre a luta do povo indígena, que representa a origem social do presidente Evo Morales, e o temor sobre a organização das forças conservadoras que querem voltar ao poder no país. "Há uma direita que está conspirando contra o nosso Governo. Temos derrotado as oligarquias na Bolívia, mas queremos que as forças indígenas e movimentos sociais se relacionem cada vez mais".

Segundo Loayza, o povo boliviano está consciente da mudança em curso. "Não marginalizamos e excluímos ninguém. Nossa filosofia é manter o clima e o equilíbrio, não existe o conceito de exploração"

Milton Temer, presidente da Fundação Lauro Campos e fundador do PSol, destacou que os temas tratados no seminário não são de interesse da grande imprensa brasileira, que está aliada ao grande capital. Completou que o partido apóia a reeleição de Evo Morales e posiciona radicalmente contra a presença das forças militares na Colômbia. "A importância deste seminário é demonstrar solidariedade com os processos revolucionários da América Latina. A esquerda existe, a utopia existe, a força dos povos tem como se impor a força do capital".

Sobre a Venezuela, de acordo com Temer, se há simpatia do governo Lula com Hugo Chávez, a motivação é mais econômica do que ideológica. "Há um superávit de US$ 5 bilhões de dólares em jogo". Ele apontou que Seminário deve elaborar um documento de desdobramentos sobre essas questões.

A resistência Colombiana e Peruana

Wilson Borja, que faz parte do Pólo Alternativo Democrático da Colômbia, também falou na abertura, acredita que a América Latina está vivendo um momento difícil por conta da crise internacional, considerada por especialistas como uma quebra do modelo neoliberal, e que as táticas e soluções devem ser renovadas.

Sobre a presença das tropas norte-americanas no país, ele explicou que o presidente Álvaro Uribe é um representante dos latifundiários, além de ser responsável pelo assassinato de civis inocentes. "Pesam no nosso país algumas propostas que são difíceis de estudá-las para avançar na revolução na América do Sul".

No Peru, a situação é semelhante. Quem falou a respeito do tema na mesa foi a deputada do Partido Nacionalista Peruano, Janet Cajahuanca. "Temos combatido um sistema que realmente chegou com mentiras para governar. O presidente Alan Garcia tomou a bandeira nacionalista, anunciou mudanças e quando chegou ao governo, se colocou de joelhos diante do poder econômico".

Ela lamentou a diminuição do grupo de oposição do Congresso Peruano de 43 parlamentares para 23, mas acredita que, apesar da redução, a luta pelas terras indígenas e contra o sistema neoliberal continua forte. Explicou que o povo se organizou a partir da conscientização sobre leis que prejudicavam o meio ambiente que foram derrubadas. "Isso se conseguiu a com uma grande luta dos povos da Amazônia. Foi um grande exemplo para o modelo econômico neoliberal, algo muito grande que devolveu confiança ao povo".

Ela concluiu dizendo que há políticos no Peru que estão exilados ou respondem processo, além de perseguição a dirigentes de sindicatos e grêmios. "Isso não nos tirou a vontade de modificar nossa pátria. Temos uma grande oportunidade em nossas mãos".

Liberdade para Honduras

A resistência ao golpe militar em Honduras foi destaque nas palavras de ordem dos militantes e monopolizou parte dos discursos de todos os integrantes da mesa. O representante da Frente Resistência Honduras, Gilberto Rios, contou na abertura que há mais de 50 dias, mais de cem mil pessoas estão marchando nas ruas diariamente. "Há dias em que chegamos a há quase meio milhão de pessoas em todo o território nacional. Essa mobilização nunca aconteceu em toda a história de Honduras".

Ele explicou que o golpe de estado tem dois componentes importantes: as oligarquias e a atuação direta da CIA, o que ajuda a entender o medo do capitalismo em relação às forças da esquerda revolucionária no continente. "A oligarquia hondurenha concentra 90% da economia e viu com muito temor a consulta popular proposta pelo presidente Manoel Zelaya. Mas o tamanho da oligarquia não é suficiente para impor um golpe de Estado".

Por isso, ele afirmou que o planejamento, execução e direção do golpe tem a participação dos Estados Unidos. Relatou que Agentes da ultra-direita do Partido Republicano nos EUA falam abertamente que quem está controlando o golpe de Estado em Honduras é a CIA. "Nós sabemos dessa presença em toda a América Latina, mas são eles que estão se encarregando diretamente do golpe, apesar de Honduras não ser tão representativa para a economia norte-americana".

http://www.socialismo.org.br/portal/internacional/39-noticia/1089-seminario-internacional-do-psol-declara-solidariedade-ao-povo-hondurenho-e-as-lutas-sociais-na-america-latina

A recuperação econômica dos Estados Unidos é real?

Economia e Infra-Estrutura
Cira Rodríguez César
Dom, 23 de agosto de 2009 16:20

Havana (PL) ─ A economia dos Estados Unidos se contraiu a uma taxa anual de quase 6% entre setembro de 2008 e março de 2009, queda impactante que propiciou uma recessão global pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.

Mas o retrocesso de apenas 1% no segundo trimestre do corrente ano foi considerado pelo Departamento de Comércio como uma taxa que melhora a média dos dois trimestres anteriores e um sinal de que a crise vai ficando para trás e que a economia começa a se estabilizar.

Não obstante, há suficientes razões para por em dúvida esse otimismo e pensar em se é real ou fantasmática a recuperação.

Depois dessas noticias, o presidente estadunidense, Barack Obama, indicou que a recessão que castiga o país diminui sua intensidade, "com o que se pode afirmar que o país está saindo da crise", apontou.

Também houve um comportamento positivo nos distintos índices das bolsas desse país, as vendas cresceram durante três meses consecutivos e a bolsa de valores ascendeu 44% desde março, graças ao renovado otimismo e melhoras nos lucros de grandes empresas como Goldman Sachs e Apple.

Em junho, sete dos 10 indicadores no Índice Líder da Conference Board (instituição fundada há 90 anos para apoiar o setor privado) tiveram uma tendência ascendente, incluindo as horas trabalhadas na indústria manufatureira.

Enquanto o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial coincidiram em que o pior da crise já passou nos Estados Unidos, incrementando a confiança nos mercados internacionais.

Há que recordar que segundo o Escritório Nacional de Investigação Econômica (uma entidade sem fins lucrativos que determina quando os Estados Unidos caem em recessão), o declive atual começou há quase 20 meses, exatamente em dezembro de 2007.

Segundo seus cálculos, o descenso observado pelo PIB norte-americano desde então é o mais profundo desde a crise de 1957-58 e a diminuição no patrimônio pessoal resultou a mais forte desde a Grande Depressão.

Como é sabido, a economia estadunidense é chave para o resto do planeta por ser a maior do mundo, razão pela qual qualquer sintoma que incida a favor ou contra a atual recessão preocupa ou alegra o resto das nações.

Sem embargo, nenhum desses elementos são suficientes para aumentar a confiança dos consumidores, porque entre outras coisas o desemprego baixou de 9,5 a 9,4% no segundo trimestre, cifras não vistas nesse país desde o começo da década dos anos 1980.

O grave é que muitos analistas argumentam que essa taxa piorará, devido a que as empresas não queiram incorporar mais trabalhadores até que efetivamente a economia se reative.

De acordo com economistas da Universidade de Nova Iorque, nessa nação mensalmente 100 mil pessoas se inserem no mercado laboral, razão pela qual desemprego se eleva quando não são incorporados esses novos demandantes de trabalho.

Se se compara o desemprego de agosto deste ano com o de dezembro de 2007, se observa que quase sete milhões de estadunidenses perderam suas ocupações nesses meses.

Hoje, depois de 20 meses de recessão nos Estados Unidos, que passou a ser mundial no verão de 2008, os analistas afirmam que é a pior recessão ocorrida nessa nação e no mundo em 60 anos.

Por isso, e apesar de muito otimismo, os dados reais indicam que a recuperação não será tão rápida e que existe o perigo de uma recaída.

Assim o demonstram o aumento do desemprego, a redução do consumo das famílias, o descenso da produção industrial e a debilidade do mercado de habitação.

Em análises ajustadas à realidade, inclusive de outras economias desenvolvidas, os observadores afirmam que falta muito pouco para tocar no fundo, mas ainda não se chegou lá.

A maioria das economias dos países em ascenso podem estar voltando ao crescimento, mas seus resultados são muito inferiores a seu potencial.

Ademais, por diversas razões, é provável que o crescimento nas economias avançadas siga sendo anêmico e muito inferior ao normal durante ao menos um par de anos.

Não se pode esquecer que o sistema financeiro - tanto os bancos como as entidades não bancárias - está gravemente prejudicado.

A falta de um crescimento sólido do crédito obstaculizará o consumo e o gasto em investimentos.

Tampouco se deve esquecer que os preços do petróleo, da energia e dos alimentos estão aumentando mais rapidamente do que os dados econômicos fundamentais e podem crescer ainda mais pelo desvio de liquidez acumulada para a caça de ativos e para a demanda especulativa.

Por exemplo, no ano passado, o cru a 145 dólares foi um ponto de inflexão para a economia mundial, ao gerar uma grave crise de renda para Estados Unidos, Europa, Japão, China, Índia e outros países importadores de petróleo. Daí que, se os especuladores conduzem o petróleo rapidamente aos 100 dólares por barril, a economia mundial, apenas recuperada de seu estancamento, não poderia suportar outra contração.

Outro dado que aponta que a recuperação não é tal como se diz é o fato de que, segundo uma recente enquete, 57% dos estadunidenses desconfia do pacote de estímulo econômico de 787 bilhões de dólares, aprovado pelo presidente Obama.

A pesquisa, publicada pelo diário USA Today, indica que a maioria das pessoas consideram que a ajuda financeira governamental ou bem não teve impacto na economia ou piorou a situação.

As opiniões mostram que é difícil a Casa Branca convencer a opinião pública de que o programa de reanimação impediu uma maior deterioração da economia do país.

De acordo com a consulta, 51% dos consultados cree que o governo deve gastar menos em estímulos.

Enquanto 31% entende que a quantidade está bem aplicada, um grupo significativo se mostrou preocupado com a possibilidade de que se desperdice esse dinheiro.

O pacote de estímulo aprovado no princípio do ano contém uma partida de 288 bilhões de dólares para descontos fiscais.

Além disso, designa 499 bilhões em novos gastos, grande parte deles destinados a cobrir o desemprego e outros serviços sociais.

Para uma elevada porcentagem dos interrogados e muitos economistas, se não fosse o pacote de estímulos, a crise teria sido pior, ainda que difiram em estimar de quanto deveria ter sido a ajuda para melhorar a situação.

Outros pensam que é muito cedo para julgar se a enorme aposta fiscal e a política aplicada darão resultado, enquanto asseguram que corresponde ao governo liderar.

Não obstante, reconhecem que o programa de estímulo penetrará na economia com lentidão e nunca será suficiente para compensar toda a riqueza e os empregos perdidos em dois anos.

Cira Rodríguez César é jornalista da redação econômica da Prensa Latina

http://www.socialismo.org.br/portal/economia-e-infra-estrutura/101-artigo/1090-a-recuperacao-economica-dos-estados-unidos-e-real

Bolívia: "A direita ainda não foi derrotada economicamente"

Internacional
Pablo Stefanoni
Qua, 19 de agosto de 2009 16:35

- Como explica o enfraquecimento da oposição depois de mais de dois anos de prova de força com o governo?"

Álvaro García Linera: O governo do presidente Evo viu a Assembléia Constituinte como apossibilidade de armar um grande bloco coletivo de todas as forças sociais do país. Nos jogamos de cabeça nesse projeto de pacto. Internamente no seio do povo, havia que coesionar o bloco popular, com muitas dificuldades, porque havia muita diversidade corporativa e em seguida havia que dar o passo seguinte de abertura para os outros setores sociais opositores, minoritários, mas importantes. E nisso demos mostras de vontade de flexibilizar posições políticas, de ceder em demandas e de incluir a todos. Mas o bloco social opositor havia definido uma estratégia de bloqueio ou de suspensão constituinte, isto é, de irresolução da estrutura de poder, e optou pela rejeição dos pactos constituintes várias vezes. Seu objetivo consistia em prolongar a crise do estado iniciada em 2000, enfraquecendo ao governo na espera de um momento em que a correlação de forças lhe fosse favorável para a resolução da crise. E nós, ainda assim, insistimos.

O debate sobre os chamados "dois terços", no final de 2006, foi um primeiro ensaio do que estava em jogo e da decisão de um setor que não estava disposto a aceitar sua posição de minoría política democrática. Nos dois terços e no tema da onipotência da Constituinte cedemos, recuamos, mas ao mesmo tempo, como contrapartida, avançamos na consolidação de uma maioria social e política que também se convertia em uma maioria decisória constituinte. O segundo grande momento de confrontação foi o tema da capitalidade de Sucre. Desenterrou-se um tema centenário, causador da guerra civil de 1899, como ponta de lança para voltar a suspender a Constituinte. Ai o bloco opositor, cívico-prefeitural de direita, nos mostrou que estava disposto a tudo, inclusive a colocar em risco a vida de constituintes contanto que conseguisse inviabilizar a possibilidade de um pacto nacional constituinte. E nós, frente a esse cenário voltamos a fazer grandes concessões.

Visto à distância, a direção cívica sucrense, que era empurrada pelas elites cruzenhas, estava obtendo uma grande quantidade de conquistas: quase um terço das sessões do Congresso em Sucre, os escritórios do Defensor do Povo, da Procuradoria, talvez da Corte Nacional Eleitoral, um conjunto de instituições que lhe davam uma relevância administrativa e econômica em Sucre, além de uma viabilização mais rápida de um conjunto de obras de infraestrutura. Mas eles tampouco aceitaram. E comprovando que não havia nenhum interesse de fazer um acordo, mas de antagonizar indefinidamente, nos lançamos à aprovação da Nova Constituição, primeiro em Calancha e em seguida já em Oruro. Isto é, resolvemos definir pela via das maiorias constituintes a estrutura do poder estatal.

- Nesse momento você falou de um "ponto de bifurcação".

Álvaro García Linera: Sim vou chegar ai. Apesar de tudo isto, fizemos uma nova tentativa, fomos buscar a Rubén Costas, a Leopoldo Fenandez na sua fazenda, fomos buscar a Branko Marinkovic e por último propusemos ao pessoal de Jorge Quiroga um processo de destravamento. Aí vimos, de maneira inquestionável, que havia um setor minoritário que ia impedir por todos os meios a solução, através do projeto nacional-popular, da crise estatal iniciada em 2000. Claro que nós precisávamos da Constituinte para constituir o novo Estado, para ancorar nas instituições e relações de mando duradouras do Estado, a nova correlação de forças conseguida pelo movimento indígena-popular no ciclo de mobilizações de 2000-2005. No fundo, uma Constituição, o que faz é solidificar uma série de pontos de apoio irreversíveis, de conquistas e mandos conquistados historicamente pela trama das lutas de poder de uma sociedade.

A prova final dessa vontade de confronto da oposição minoritária de direita veio quando se lançaram à convocação das consultas departamentais sobre os estatutos autonômicos a ser realizadas em maio de 2008. Tratava-se de uma busca de disputa de fato pelo poder político regional, de um tipo de poder dual regionalizado ou de cisão vertical antagonizada da estrutura do Estado. Chegando ai, não haveria ponto de retorno: a direita não estava disposta a ser incluída no projeto nacional-popular como força minoritária e dirigida, e optava pela conflagração territorial. A luta pelo poder se aproximava do momento de sua resolução bélica ou última, na medida em que em última instância, o poder do Estado é coerção. A isto é que denominamos de "ponto de bifurcação" ou momento em que a crise do Estado, iniciada oito anos antes, se resolve seja mediante uma restauração do velho poder estatal ou mediante a consolidação do novo bloco de poder popular. É o momento de inicio da nova ordem estatal de maneira autoproducente. E tudo isso mediante o desatamento, a mensuração ou a confrontação de força aberta dos dois blocos polarizados. O ponto de bifurcação é o momento excepcional, curto em sua duração, primário, mas decisório, em que o "príncipe" abandona a linguagem da sedução e se impõe por suas táticas bélicas de coerção.

Então já era questão de tempo a chegada desse dia de força e nós, entre maio e setembro de 2008, nos preparamos para esse momento. Foi um momento bélico ou potencialmente bélico. A direita golpista realizou suas consultas e iniciou gradualmente a conformação de pequenos poderes regionais que desconheciam ao governo. Nós entendemos esse sinal e nos jogamos em uma estratégia envolvente, como a chamam os militares. Tanto pelo lado dos mecanismos coercitivos do Estado, como pela via da mobilização social. Em maio se faz uma análise com as organizações sociais e com as próprias Forças Armadas, avaliando os principais riscos que havia no país e se instrui a preparação de planos de contingência diante da eventualidade de uma radicalização da estratégia golpista da direita.

Nesse momento se faz um primeiro plano de contingência de uma grande mobilização na defesa da democracia que não se executa, mas que já estava elaborado, tanto no plano social, como no militar. Em agosto, apostaram numa derrota eleitoral do governo, a fim de tirar-nos legitimidade democrática, mas ganhamos o referendo revocatório. Longe de retroceder no apoio democrático, o governo incrementou sua aceitação de 54% do eleitorado a 67%, consolidando uma maioria social em todo o território nacional, incluindo em regiões anteriormente dominadas pela oposição. Isso enlouqueceu à direita. Depois de dois anos de estratégia de bloqueio constituinte, agora pretendiam uma rápida recuperação do poder, começando do âmbito departamental. Mas o referendo revocatório ampliava a legitimidade nacional do governo do presidente Evo e irradiava a força política do bloco indígena-popular para a totalidade dos nove departamentos. Em vez de entender o momento, a direita decidiu atacar.

As regras da guerra e da política, que é a continuação da guerra por outros meios, ensinam que quando um opositor é forte não deve ser atacado diretamente e quando um exército é débil nunca deve promover nem aceitar encarar uma batalha diante de um adversário mais forte. A direita fez exatamente o contrário deste ABC da luta pelo poder. Enlouquecida, se lançou ao confronto, no momento de maior fortaleza político-eleitoral do governo e de maior incerteza da existência da base de apoio da direita e ai começou sua derrota.

Depois dos resultados do referendo aprovatório em agosto, o bloco cívico-prefeitural começou uma escalada golpista: invadem as instituições, esperamos; atacam a polícia, esperamos; destroem e saqueiam as instituições públicas em 4 departamentos, esperamos; desarmam a soldados, esperamos; tomam aeroportos, esperamos; destroem gasodutos, esperamos. Eles mesmos se lançam, desarvorados, a um beco sem saída. Usam a violência contra o Estado, dando a justificativa moral de uma resposta contundente do Estado contra eles, que começou a ser desatada em uma escala gigantesca; além disso, à medida que incendeiam e saqueiam instituições públicas se deslegitimam diante da sua própria base social, ficando em poucas horas como um punhado de violentos destruidores da institucionalidade.

- Aí acontece o de Pando

Álvaro García Linera: O prefeito desata o massacre de Pando, em uma tentativa de dar um sinal de punição dura aos líderes populares... e este ato acabou com a tolerância da totalidade da sociedade boliviana. O massacre de camponeses igualará aos prefeitos com seus mentores, Sánchez de Losada ou García Mesa e colocará nas mãos do Estado a obrigatoriedade de uma intervenção rápida, contundente, na defesa da democracia e da sociedade. E sem duvidar um segundo, atacar o elo mais fraco da cadeia golpista, Pando. Se tratará do primeiro estado de sítio na história boliviana ditado na defesa e na proteção da sociedade, encontrando o pleno apoio da população horrorizada pela ação dos golpistas, deterá em seco a iniciativa cívico-prefeitural, dando lugar à sua retirada desordenada. É o momento de uma contraofensiva popular, cuja primeira linha de ação serão as organizações sociais e populares do próprio departamento de Santa Cruz. Não apenas camponeses e colonizadores se mobilizaram, mas também gente dos bairros plebeus de Santa Cruz e especialmente jovens urbanos, que em memoráveis jornadas de resistência às bandas fascistas, defenderão seus distritos e quebrarão o domínio clientelístico das logias cruzenhas.

A contundência e a firmeza da resposta político-militar do governo contra o golpe, somada à estratégia de mobilização social em Santa Cruz e para Santa Cruz, criou uma articulação virtuosa social-estatal poucas vezes vista na história política da Bolívia. Essa era a dimensão e a extensão geral do "exército" e das "divisões mobilizadas" contra o golpe. Essa era a força de choque que o projeto indígena-popuar desatava para o momento decisório de força. A direita avaliou suas forças de choque isoladas e em debandada, comprovou a vontade política do mando indígena-popular que estava disposto a tudo e preferiu abdicar de seus propósitos e se render. Desta forma, se fecha o ciclo da crise estatal, da polarização política e se imporá, em uma medição bélica de forças, a estrutura duradoura do novo Estado.

Algo parecido aconteceu em 1985, quando mineiros, que eram o núcleo do Estado nacionalista, se renderam diante das divisões do exército que resguardava o projeto neoliberal. Hoje correspondeu ao bloco empresarial-latifundista assumir a derrota e dar passo a uma nova correlação de forças políticas da sociedade. A seu modo, setembro-outubro de 2008 terá o mesmo efeito estatal que a derrota da "marcha pela vida" dos mineiros em 1986. Só que agora será o bloco plebeu quem festejou a vitória e as elites endinheiradas terão que assumir sua derrota histórica. O que virá depois será a validação político parelamentar desse triunfo popular. Apoiados nas vitorias eleitorais e militares, o governo indígena-popular levará à consagração institucional da correlação de forças conseguida no momento do "ponto de bifurcação". E isto será feito mediante a aprovação congressual da Nova Constituição Política do Estado.

O Congresso se transformará por uns dias em uma espécie de Congresso Constituinte que articulará o trabalho da Assembléia Constituinte fechada nove meses antes, os acordos governamentais governamentais com o bloco minoritário de prefeitos conservadores nas semanas prévias e a deliberação popular da marcha empreendida pelas organizações operárias, indígenas, camponesas e populares que sob a direção do presidente Evo, chegou à cidade de La Paz desde Caracollo.

Sob as novas circunstâncias, estava claro que o eixo articulador indígena-popular do Estado se impunha por seu próprio peso na ordem estatal constitucional. Mas, ao mesmo tempo, o resto dos setores sociais eram articulados a partir de seu próprio debate na Assembleia Constituinte (classes médias, setores empresariais medios e pequenos, etc.) Inclusive o bloco conservador rentista da terra, expresso politicamente pelos prefetos cívicos, foi levado em conta, mas claro que como sujeito social dirigido pelo novo núcleo estatal indígena-popular, e em menor intensidade pelo que poderia ter conseguido se assumisse a convocação pactista de 2006-2007. Não se pode esquecer que este trabalho político também servirá para arrebatar à direita a bandeira autonômica, atrás da qual havia dissimulado a defesa do latifúndio e do rentismo empresarial.

Desta forma, o bloco nacional-popular não apenas se consolidava materialmente na estrutura estatal, como assumia o mando dos três eixos discursivos da nova ordem estatal que guiaram todos os debates políticos nas décadas seguintes: plurinacionalidade, autonomia, condução estatal da economia. Visto à distância, apesar de toda a conflitividade dos três anos, em termos dos resultados duradouros, as coisas não poderiam ter sucedido de melhor forma para o bloco nacional-popular no poder. No final, as condições de concessão aos adversários são muito maiores em um pacto constituinte que os reconhecimentos e inclusões cedidas a um adversário abdicante e derrotado, pelo que a história nem sempre transcorre pelo lado ruim, como acreditava Hegel.

Em agosto se consolida a vitória eleitoral, em setembro a vitória militar e em outubro (com a aprovação congresual do referendo constitucional) a vitória política. E, com isso, certamente, se fecha o ciclo constituinte e, a partir desse momento, se inicia a estrutura da orden unipolar da nova ordem estatal.

- Até onde o enfraquecimento tão notório da oposição poderia transferir as tensões para o interior do bloco oficialista, levando em conta que uma oposição movilizada é sempre muito efetiva para coesionar às próprias bases?

Álvaro García Linera: Eu não creio, no entanto, que a oposição tenha sido desarticulada definitivamente. A oposição não tem um projeto de poder, carece de discurso mobilizador e tem um poder de veto gigante em muitas coisas. Continua sendo um adversário perigoso. Certamente que no âmbito econômico o Estado conseguiu dar golpes contundentes no desmonte de uma parte do poder econômico opositor: a burguesia rentista e intermediária já não tem as empresas petrolíferas como financistas generosas de suas rendas. A rede clientelista agrária que os rentistas da terra criaram no âmbito agroindustrial se enfraqueceu enormemente com a presença da empresa estatal de alimentos EMAPA e a presença pública na cadeia sojera, trigueira, arrozeira, chega a entre 20 e 30% do total da produção. Mas o bloco opositor irredutível ainda conserva outros espaços importantes de poder agrário, comercial e financiero, e isto lhe dá finalmente poder de agregação, de pressão e de confrontação. Mas hoje, e isto pode durar alguns anos, o que não tem é um projeto de Estado; quanto tempo ainda não o terá, não se sabe, mas tem um projeto de tratar de impedir que siga avançando o projeto popular. À diferença das classes populares, que em 1985 forma derrotadas e materialmente foram desestruturadas para dar lugar a um ciclo lento de reorganização, a direita, não.

A direita sofreu um golpe político, perdeu o mando do Estado, perdeu a capacidade de seduzir estatalmente à sociedade, mas tem muito poder econômico ainda. É diferente a forma de consolidação do ponto de bifurcação quando é o setor popular o derrotado, política e materialmente, que quando se trata do setor empresarial, porque pode perder no plano político, mas conserva poder econômico que lhe permite ter poder de veto permanente. Então segue aí esse adversario, fragmentado, desorientado, mas como adversário e com capacidade de bloqueio. Mas nesse cenário em que a contradição fundamental se apaziguou, se debilitou, surgem maiores possibilidades de tentações no interior do núcleo central, é verdade. Mas por que não conseguiram prosperar o que na história de muitos partidos são tendências fraccionistas no interior do núcleo dirigente? Por vários motivos. Em primeiro lugar, sem dúvida, pela liderança avassaladora do presidente Evo na estrutura política e social do Estado e da própria sociedade. Hoje, a figura, o carisma e a adesão que conseguiu o presidente Evo é de tal magnitude que limita objetivamente a existência de outra liderança que pudesse disputar a base social do governo e da sociedade.

Mas há outro elemento relevante que explica os limites materiais de um fraccionalismo no interior do governo: a ausência de facções com poder econômico. O controle de ministérios habilita a ter influência, redes, que permitem constituir facções econômicas. É preciso não esquecer que somos um Estado que passou a investir de 600 a 2.300 ou 2.400 milhões de dólares e é normal que em qualquer parte surjam facções do poder econômico, núcleos que controlam decisões, fábricas, rendas, força de trabalho. Acontece no Brasil, na Argentina, na Venezuela. Mas aqui se criou, até agora e de uma maneira sistemática e vigiada, uma estrutura laboral governamental que impediu a consolidação de núcleos consolidados de influência e de poder econômico, não digamos de propriedade, com capacidade de desempenho e de presença política autônoma no interior do governo.

Nisso vários fatores intervieram: elevada rotação de funcionários, um controle presidencial do funcionamento diário dos ministérios, mas também uma moral interna, uma espécie de espartanismo governamental reivindicador de uma ética do serviço público que limitou, até hoje, a cristalização de facções de poder econômico que são as que alentam potencialmente o faccionalismo político. Isso permitiu que exista um núcleo muito duro e coeso em torno do Presidente que ajuda a que internamente não emerjam tendencias centrífugas.

- Esta é a tentativa de construir uma moral do serviço público no núcleo de decisões do governo? Mas o que passa na base? Víctor Paz Estenssoro explicou o fim da Revolução Nacional quando os empregos a repartir eram menos que os militantes do MNR. Não pode aconteder a mesma coisa com o governo do MAS?

Álvaro García Linera: Paz Estenssoro assumia essa pressão do militante arrivista como um hábito político, em continuidade com uma lógica de prebendas que nunca buscou superar. Na Bolívia, desde o século XIX, a atividade política foi vista como um meio de ascensão social mais que um meio para o serviço das res publica. De fato, a estrutura material das classes sociais na Bolívia opera de tal forma que os procesos de enclassamento e de desclassamento não dependam tanto do capital cultural para ascender socialmente, mas do capital político, isto é, das redes e influências políticas que garantem o acesso a bens privados. Isto, que era um monopólio exclusivo de casta e de familia até 1952, desde aquele momento se ampliou para classes medias e niveis de direção do sindicalismo operário.

Na atualidade há setores que pressionam e reivindicam uma maior "democratização" desta forma de prebendas da ação política e reivindicam o direito a um cargo público pelo fato de pertencer a alguma direção regional do MAS. Diante dessa pressão e da degeneração da militancia política, o governo foi muito contundente na sua rejeição e punição. Por que expulsamos a Adriana Gil em 2006? Por isso, porque naquele momento tinha se formado um nucleo de militantes massistas que tomaram uma instituição para pedir que eles ocupassem cargos. Em abril do mesmo ano foram expulsos os que queriam continuar com o velho hábito da militância como acesso a um cargo público. A partir daquele momento, o proprio Presidente não somente colocou em prática uma ética política da gestão pública como serviço, como foi claríssimo que os companheiros que se reinscrevem como militantes do MAS não devem esperar fazer parte das estruturas organizativas do Estado e que, ao contrário, devem se esforçar por para fortalecer a estrutura organizativa e ideológica do partido. Se comparamos as mudanças no pessoal do Estado, entre nossa gestão de governo e as precedentes, se constatará que nós não fizemos nem 20% das mudanças feitas pelas administrações anteriores. Nos tempos do MIR, da ADN, do MNR, nem os porteiros nem as cortinas dos despachos se salvavam da "varrida" partidária. Para nós, então não é uma preocupação que existam muitos militantes e poucos cargos; ao contrário: se você é um militante, então não tem cargo. E isto nós enfatizamos sob a concepção da política como uma espécie de longo "serviço militar" para servir à sociedade.

- Mas isto não impede a formação de quadros no interior do proprio MAS?

Álvaro García Linera: Este é um grande problema, nem tanto pelo tema. Uma das grandes debilidades da nossa estrutura política, deste proceso, é a ausência de quadros políticos e técnicos. Nas revoluções mundiais, os partidos que ascenderam ao governo tiveram previamengte décadas de preparação e seleção de quadros que lhes permitiu assumir com maior musculatura organizativa as transformações da sociedade. O próprio MNR, que se formou nos anos 30, teve mais de quinze anos de formação antes de aceder ao governo. Mas o MAS, que surgiu em 1995 como estrutura política local, recém em 2000-2001, se colocou a temática de uma estrutura nacional com vontade de poder e em 2005 já era governo. São apenas quatro anos de preparação. E isto gerou dificuldades, já que no núcleo político básico, o MAS não é uma estrutura de quadros, mas uma coalizão flexivel de movimentos sociais.

Fez-se um esforço para potencializar a parte organizativa dos quadros, mas o rápido crescimento no plano urbano obrigou a reafirmar a disciplina militante sindical diante das práticas mais liberais e de prebendas nos âmbitos urbanos.

Quando se forma o partido, a estrutura, digamos assim, de quadros funcionais urbana, era paralela à estrutura sindical agrária e compatilhavam os niveis de decisão política. Mas já no governo, uma parte da estrutura urbana se dedicará a buscar cargos, o que, para limitar esse tipo de desvíos e práticas se decide, desde 2007, que nos níveis nacional, departamental e regional das estruturas partidárias assumam o mando as organizacões sociais.

- Então de onde vêm os cargos?

Álvaro García Linera: Desde que somos governo, se reforçaram os mecanismos de seleção meritocrática nos níveis técnicos da administração pública, enquanto que os cargos de confiança política passam pelo filtro das organizações sociais nacionais. Desde 2007, a postulação a cargos de confiança política já não passa pelas listas das direções departamentais.

- Em relação ao caso Santos Ramírez, como afetou o projeto econômico do governo, considerando que YPFB é uma empresa emblemática deste proceso?

Álvaro García Linera: YPFB não é apenas uma empresa emblemática, é a empresa que sustenta econômicamente o país e a base material da soberania reconquistada. Tem um fluxo de caixa de cerca de 3,3 bilhões de dólares e, para a Bolivia isto é muitíssimo dinheiro. Em termos de propriedade, YPFB controla, em nome do Estado, entre 2,2 e 2,3 bilhões de dólares. Hoje 50% das nossas exportações são petróleo e gás e essas exportações passam por YPFB. É o coração da economia boliviana e deve ser uma das vinte empresas mais importanes da América Latina. Por isso, as primeiras informações sobre a corrupção em YPFB foram um golpe muito duro porque golpearam a empresa emblemática do país, mas afetaram ao mesmo tempo a um companheiro que era evidentemente no futuro um dos mais possíveis sucessores de Evo na liderança política do MAS. E diante dessa difícil situação, se respondeu de maneira imediata e com a mesma firmeza: afastar Ramirez, imediatamente, da direção da empresa e apoiar públicamente as investigações do Ministério Público. Rompendo, assim, com a velha tradição dos partidos tradicionais de ocultar, adiar e finalmente encobrir os atos de corrupção de seus militantes com peso político, nós decidimos emitir um novo sinal: no governo e diante dos intereses do povo, não há amigos, não há familiares, não há militantes, não há compadres, nem comparsas. Há servidores ou corruptos e estes últimos devem ir para a prisão sem nenhuma consideração. Não podemos permtir nenhuma sombra ou uma suspeita de erro no nucleo dirigente.

A instrução foi clara: que se encarregue a Justiça e que ninguém pressione. Se esteve muito atento a que nenhum nivel do Estado interfira, pressione, insinue nada a favor de Santos. Mas o dano está feito. Houve que passar meses para ir curando essa ferida. Mas, uma vez mais, se nota a ausência de quadros. Daí que tivemos que aprovar uma lei que permita pagar salários mais altos que o do Presidente para quadros técnicos de empresas estratégicas. É a nossa forma local da NEP (Nova Politica Econômica, na Rússia pós-revolucionária) de Lenin. O objetivo da NEP, além de aliança com os camponeses, era fundamentalmente recrutar técnicos para administrar os níveis subalternos do Estado, levando em conta que se bem o Estado é uma estrutura política, tem níveis burocrático-administrativos e técnico-cientificos que requerem conhecimentos e saberes que não podem ser adquiridos nem transformados rápidamente. Lenin, para terminar com a catástrofe econômica que ocorreu imediatamente depois da revolução, teve que recontratar técnicos do antigo Estado, até criar gradualmente uma admnistração mais simples. E instruiu: abaixo de cada técnico coloquem um jovem para que aprenda e nós estamos fazendo a mesma coisa. Já iniciamos isso em 2006: se muda a organização e as pessoas dos níveis de decisão da administração pública (ministros, vice-ministros e alguns diretores), mas não se toca na estrutura secundária da administração estatal do Estado, até formar quadros estatais, jovens, que substituam aos antigos quadros.

Agora temos novos desafíos: empresas estatais que se agigantam em um, dois ou tres anos. Necessitamos gente competente, que é preciso recrutar no mercado de trablho. Dai a via que adotamos: mando político comprometido nos níveis de decisão e funcionários técnicos de primeira com salários muitas vezes superiores aos dos próprios gerentes das empresas em que trabalham. Passa isto com Carlos Villegas, ele gana 13.000 bolivianos enquanto um gerente de Andina pode ganhar 60.000 bolivianos
ou 15.000 dólares; por enquanto não nos resta outra opção, até que se consiga formar uma nova geração de servidores públicos com grande eficiência técnica, mas, além disso, com compromisso político que permita novamente igualar a escala salarial.

- No governo há uma narrativa muito atraente em torno da descolonização, há um decreto, um vice-ministério de descolonização... como se mediatiza este objetivo em termos de políticas culturais e educativas?

Álvaro García Linera: A descolonização tem várias dimensões e é um elemento forte do projeto de poder dos movimentos sociais. Recebemos uma sociedade colonizada até o fio do cabelo, no plano econômico havia que pedir esmola a países estrangeiros para pagar salários, no plano político havia que pedir autorização às embaixadas para escolher ministros, no plano espiritual, as pessoas acreditavam que o poder era um argumento de pele e de sobrenome, no plano mental, as pessoas achavam que tudo o que chegava de universidades estrangeiras era saber e o resto era folclore. Para derrubar essa muralha que esmagava a energia vital dos bolivianos, o primeiro passo que adotamos foi a descolonização política: tomar decisões como país sem consultar a governos estrangeiros. Aqui o ministro de governo tinha que passar pelo visto da embaixada dos Estados Unidos, o ministro da Fazenda pelo visto do Fundo Monetário Internacional ou do Banco Mundial. Um segundo momento é a descolonização econômica, o que em termos reais significa romper com o fluxo de externalização do excedente: a sociedade gera um excedente e por distintas vías - poéticamente, as veias abertas da América Latina - esse excedente se transfere em quantidades incontáveis para o exterior.

A descolonização significa, então, a ruptura desses fluxos de sangramento, para que o excedente gerado seja reinjetado outra vez no país, que é o que fizemos com o decreto de nacionalização e com a gradual recuperação das empresas públicas e com as políticas de tipo de câmbio, com as políticas impositivas em relação às remessas dos lucros... o melhor exemplo é o government take petrolero. O government take varia entre 65 e 77%, quando antes era de 27%, isto é, do lucro dos hidrocarburos só 27% ficava na Bolívia. Hoje de cada 100 dólares de lucros entre 65 nos campos menores ou 77 nos grandes campos, fica no país. Esta é a base material da soberanía econômica.

Em seguida vem o outro âmbito, mais duradouro e mais complicado, que é a descolonização cultural e espiritual da sociedade. A quebra do paradigma colonizador foi dado pela própria sociedade, ao eleger, pela primeira vez na história do país, a um presidente indígena. E a partir desse momento, toda a simbología colonial que aprisiona a vida e a alma, começou a se ser rompida irreversivelmente. Hoje temos um índio camponês governando a Bolívia, diante do que os militares tem que pedir audiência, cortes e governantes render honra...

A descolonização cultural tem então dois eixos que devem ser abordados complementarmente. Um se refere à diversidade de culturas, de idiomas, de história e de memórias. O outro eixo se refere à diversidade de civilizações, isto é, de modos de produção de sentido da vida, do tempo, da política. A descolonização no primeiro dos eixos, o cultural, é mais fácil de conseguir e já há experiências em outras sociedades multiculturais (Bélgica, Índia, Canadá...): ensino em vários idiomas, administração pública plurilingüe, narrativa histórica plural dentro da história nacional comum, que vem a ser uma história nacional de varias nações, etc. A escola e a universidade vão ensinar obrigatoriamengte em três idiomas: castelhano - como idioma de integração -, uma lingua estrangeira - como idioma de comunicação com o mundo - e um idioma dominante na região (aymara em La Paz, quechua em Cochabamba e guaraní em Santa Cruz). No âmbito do Estado, os funcionarios públicos devem aprender um idioma indígena também de acordo com a zona. O mesmo deve ocorrer com as publicações, os discuros estatais públicos. E seguindo no plano cultural, a descolonização da memoria, a reivindicação oficial de outros heróis, das datas dos povos indígenas. A história diversa, mestiça e indígena, tem que ser oficializada nos textos de ensino.

O que é mais complicado é a descolonização do ponto de vista civilizatório; isso tem a ver já com a matriz organizativa e cognitiva das pessoas. No âmbito da educação, se trata de reivindicar outros saberes, outras construções discursivas, não necesariamente escritas, do conhecimento; como vamos conseguir isso, é parte de um debate interno no governo; como vamos preservar como patrimônio público o que está escrito nos têxteis (tecidos aymaras), como saber do Estado? É um debate complicado. Na área da saúde já se deram passos maiores, por exemplo, colocando junto ao médico ao "naturista", ou ao lado da enfermeira e a parteira e as pessoas podem optar no centro médico. É um prototipo de saber e de procedimento médico que o Estado está começando a institucionalizar, ainda que não há ainda uma regulamentação deste saber local disperso, mas que corresponde a outra civilização, nao somente a outra cultura.

Outra lógica de entender o que é a morte, a vida, o sangue, a comida. No âmbito político tambem avançamos ao incorporar a democracia comunitária como uma das democracias legítimas legítimas no modo de produção de decisões do Estado. Ou a incorporação do controle social pela via das estruturas sindicais, associativas, comunitárias, para a administração do Estado. E no plano econômico incorporamos, reconhecemos, fomentamos e financiamos as estruturas comunitárias da sociedade como parte da área produtiva que tem que decidir uma parte do investimento do TGN. Trata-se de um proceso complexo e longo. Mas já começamos a dar passos decisivos.

- Ao escutar a Evo Morales se adverte sobre uma defasagem entre seus discursos na defesa da Pachamama, da terra e do territorio, mais para fora, e um discurso mais desenvolvimentista para dentro, incluindo denúncias das ONGs que promovem uma Amazônia sem petróleo. Como você explica isso?

Álvaro García Linera: Está claro que a lógica produtiva camponesa e comunitária se baseia em um tipo de racionalidade produtiva localmente sustentável com a natureza, porque tem como fundamento uma lógica de adiantamentos e restituições entre gerações. Trata-se de um fato material que para garantir o alimento dos hoje presentes, tem que fazer preservando as condições alimenticias para os que virão depois, o que leva a uma leitura dialógica e a um vínculo sustentável a longo prazo com a natureza. A forma como se racionaliza e se verbaliza isso dá lugar à ritualidade dialogante com a natureza, enquanto corpo vivo ao que se lhe pede autorização, se lhe pede o necessário para a reprodução e se lhe devolve em seguida e se mantêm esse corpo para garantir a longo prazo este intercâmbio metabólico entre ser humano e natureza. Tomando um conceito de Marx ao estudar a comuna rural na India nos Grundrissen, na civilização camponesa, a natureza se apresenta então como uma externalização orgânica da subjetividade. Por tanto você não pode destruir teu próprio corpo a não ser que seja um suicida.

O movimento camponês defendeu e vai defender uma forma de uso que hoje chamamos de racional da natureza, oposto aos procesos de depredação própria da civilização do valor-lucro. Daí que na América Latina no movimento indígena-camponês tenha existido uma construção discursiva militante na defesa das potencias da natureza diante da depredação expansiva da exploração capitalista. Com o tempo, esta lógica produtiva agrária e camponesa se tornou uma lógica política do enfrentamento com o Estado desenvolvimentista neoliberal.

O tema se torna mais complexo quando são os camponeses-indígenas, anteriormente excluídos da cidadania e do poder econômico, que se tornam bloco dirigente e condutor do Estado e as comunidades se tornam parte do Estado, que é o que nos está pasando na Bolivia. Então, por um lado, se leva para o âmbito estatal esta lógica da relação dialogante com a natureza; mas ao mesmo tempo enquanto você é Estado, necesita recursos e excedentes crescentes para atender necesidades básicas de todos os bolivianos e dos mais necessitados, como as comunidades indígenas e populares andar com seus proprios pés. Expandir como política de Estado a proteção do meio ambiente, o uso sustentável da natureza, mas ao mesmo tempo necesita produzir em grande escala, implementar processos de industrialização expansiva que te habilitem excedente social para sua redistribuição e para o apoio a outros procesos de modernização camponesa e comunitária artesanal.

No caso da exploração de gás e de petróleo no norte pacenho, o que buscamos é produzir hidrocarburos para equilibrar geográficamente as fontes de riqueza coletiva da socidade, gerar excedente e simultaneamente preservar o entorno espacial em coordenação com as comunidades indígenas. Hoje não estamos abrindo passo no norte amazônico para que entrem a Repsol ou a Petrobrás. Estamos abrindo passo na Amazônia para que entre o Estado.

- E quem assegura que o Estado não seja tão depredador como as empresas transnacionais?

Álvaro García Linera: É preciso cuidar que ele nao seja assim. E certamente haverá uma tensão lógica social-estatal de um uso sustentável da natureza e da necessidade social-estatal de gerar excedentes (lucros) económicos a cargo do Estado. Trata-se de uma tensão como o é o "Estado de movimentos sociais", entre democratização do poder e monopólio de deicsões (movimiento social/Estado). É preciso viver com essa contradição vital da história. Não há receita, é obrigatório tirar gás e petróleo do norte amazônico de La Paz. Por que? Porque necesitamos equilibrar as estruturas econômicas da sociedade boliviana, porque o rápido desenvolvimento de Tarija com 90% do gás vai gerar desequilibrios a longo prazo. Igualmente, se requer excedentes económicos para reforçar estruturas comunitárias, para expandi-las, para buscar modos de modernização alternativos distintos da destruição das estruturas comunais, como vem acontecendo até hoje. E, ao mesmo tempo, é necessário impulsionar, em acordo com as comunidades, uma produção hidrocarbonifera não depredarora do entorno.

- Se as comunidades dizem que não, o Estado entrará de qualquer maneira?

Álvaro García Linera: Aí vem o debate, o que aconteceu? Quando consultamos à CPILAP (Central de Povos Indígenas de La Paz), nos pediram que fossemos consultar com Bruxelas com seu escritorio de advogados e que respeitássemos os enunciados ambientais publicados pela USAID. Como é isso então? Quem está impedindo que o Estado explore petróleo no norte de La Paz: as comunidades indígenas Tacanas, uma ONG, ou países estrangeiros? Por isso, fomos negociar comunidade por comunidade e encontramos ali o apoio das comunidades indígenas para levar adiante a exploração petrolífera. O governo indígena-popular consolidou a longa marcha dos povos pela terra e pelo territorio. No caso dos povos indígenas minoritários das terras baixas, o Estado consolidou milhões de hectares como territorialidade histórica de muitos povos de pequena densidade demográfica; mas junto ao direito à terra de um povo está o direito do Estado, do Estado conduzido pelo movimiento indígena-popular e camponês, de sobrepor o interesse coletivo maior de todos os povos. E assim vamos proceder daqui para frente.

13/08/2009

Fonte: Le Monde Diplomatique Bolívia

http://www.socialismo.org.br/portal/internacional/40-entrevista/1080-bolivia-qa-direita-ainda-nao-foi-derrotada-economicamenteq-

Mudança climática contribuirá para crise alimentar

Ecologia
Prensa Latina
Qui, 20 de agosto de 2009 23:23

México, 20 ago. (PL) ─ Um estudo internacional dado a conhecer hoje aqui revelou que a mudança climática elevará os preços dos alimentos e afetará sobretudo às populações urbanas dos países em desenvolvimento.

Entre os mais afetados, assegura a revista Environmental Research Letters, estará o México, ademais de Bangladesh e Zâmbia, destacou a versão digital do jornal El Universal.

Cientistas da Universidade Purdue (Indiana) chegaram a essa conclusão após examinar as consequências de acontecimentos metereológicos adversos e potenciais como as ondas de calor, as secas e as chuvas em 16 países em desenvolvimento.

O clima extremo afeta a produtividade agrícola e pode aumentar os preços de alimentos como grãos, importantes para os lares nessas nações, indicou Noah Diffenbaugh, professor do Centro de Investigações sobre a Mudança Climática dessa universidade.

Espera-se que o esquentamento global incremente a frequência e intensidade das ondas de calor, as secas em umas zonas e as inundações em outras.

No estudo, os cientistas utilizaram dados do século XX e projeções para o século XXI, com o fim de determinar futuros extremos climáticos, seu impacto na produção de grão e as consequências gerais nos países mais pobres.

Segundo Thomas Hertel, professor de economia agrícola e um dos autores, ainda que só contribuam modestamente na taxa de pobreza, os trabalhadores urbanos são, ao mesmo tempo, os mais vulneráveis às mudanças na produção de grãos.

As estimativas indicam que no México o aumento da pobreza por essa causa será de 18%.

Isso significa 1,8 milhões de pobres a mais na nação, onde ao redor da metade da população já está nessa circunstância (60 milhões), segundo estudos independentes.

Nesta quinta-feira, a Confederação Nacional Camponesa advertiu que a prolongada escassez de chuvas em grande parte do México coloca o país à borda de uma crise alimentar histórica.

O campo enfrenta um grave panorama por causa da seca, coincidiram organizações camponesas, criadores de gado, o governo federal e a Comissão Nacional da Água.

Fonte: Prensa Latina


http://www.socialismo.org.br/portal/ecologia/96-noticia/1082-mudanca-climatica-contribuira-para-crise-alimentar

A "pedagogia do capital" nas escolas do Rio de Janeiro

Educação
Eliomar Coelho
Sex, 21 de agosto de 2009 12:46

A atual crise mundial ressalta as diferenças entre os principais projetos político-administrativos. De um lado, os responsáveis pelo grande cassino em que se transformou a economia globalizada - apesar do óbvio fracasso - continuam afirmando o essencial do seu ideário. Vêem o papel do estado como o de facilitador dos ganhos privados. Do discurso inicial de que os governos deveriam livrar-se da gestão de atividades "pouco típicas da sua vocação" - como o setor siderúrgico, por exemplo - avançam na privatização das telecomunicações, dos recursos minerais, da previdência e, mais recentemente, da saúde e da educação.

De outro lado, continuamos a defender uma política de estado em que este garanta os direitos fundamentais da população, assim como exerça a função de indutor do desenvolvimento econômico e social sustentáveis, na ótica das maiorias.

Neste cenário o novo governo municipal completou seis meses de atuação. Porém, ao invés de buscar cumprir com os compromissos para os quais foi eleito, aumentando os investimentos públicos a fim de assegurar a melhoria da qualidade dos serviços prestados, desde os primeiros dias de sua gestão, vem colocando em prática uma série de ações de caráter privatista que pretendem transferir para a iniciativa privada obrigações que deveriam ser suas.

É reveladora a matéria publicada pelo Jornal O Globo - em 27/04/2009 - de autoria da Secretária de Municipal de Educação, Sra. Claudia Costin, intitulada "Parceria Vital" em que afirma "a gestão pública moderna não pode prescindir destas parcerias com a sociedade civil".

Inicialmente, é preciso afirmar aqui que esses novos fundamentos político-administrativos em que se baseia o atual governo municipal fazem parte de um conjunto de medidas que vêm sendo implementadas em consonância com o governo federal de Lula, e o governo estadual de Sérgio Cabral Filho, nas diversas áreas de atuação do poder público.

Na esfera da educação, atos dos três governos apresentam aspectos comuns, dão corpo ao que podemos chamar de "pedagogia do capital" e têm como norte uma gestão empresarial que não atende aos interesses dos profissionais de educação, tão pouco à classe trabalhadora que necessita e tem o direito de exigir políticas públicas de qualidade.

Em relação à educação municipal, o prefeito vem abrindo as portas das unidades de ensino à entidades da sociedade civil e empresas privadas, tentando apresentar a escola pública como um negócio. Das várias medidas que adotou podemos citar algumas que comprovam o compromisso da atual gestão com o setor privado:

A contratação da Fundação Ayrton Senna - Ao iniciar o ano letivo, a Secretaria Municipal de Educação, em convênio com o MEC, contrata a Fundação Ayrton Senna, entidade educacional do setor privado, para preparar material didático, provas e avaliações dos alunos da rede pública de ensino, esquecendo-se de que a autonomia pedagógica é um dos pilares para a garantia da escola pública democrática e de qualidade.

Projeto de lei nº 2/2009 - que "Dispõe sobre a qualificação de entidades como Organizações Sociais e dá outras providências" - Infelizmente, e contrário à nossa posição, o projeto foi aprovado. A lei permite agora que serviços essenciais ao bem estar da população como educação, saúde, ciência e tecnologia, entre outros, deixem de ser responsabilidade direta da prefeitura que repassará recursos públicos a entidades privadas para a execução desses serviços.

Publicação da Resolução SME 1010, em 04/03/2009, posteriormente revogada e substituída pela Resolução 1014 - que "Dispõe sobre observações relativas à avaliação escolar" - Institui um sistema de avaliação onde o Nível Central da SME enviará às escolas, bimestralmente, provas para serem aplicadas aos alunos com o mesmo peso das provas e avaliações elaboradas pelos professores - verdadeiros protagonistas do processo ensino-aprendizagem. Mais uma vez é ferida a autonomia pedagógica da escola e do professor e quebrado todo o processo de construção do projeto político-pedagógico democrático previsto na LDB.

Publicação da Resolução 1548, em 15/06/2009, que "atualiza normas para emissão do Boletim de Inspeção Médica - Essa Resolução determina que o diretor da escola ao emitir para o profissional de educação o boletim de inspeção médica, deverá registrar se há "má fé, simulação ou abuso por parte do servidor". Aqui está implícita a relação de desconfiança que a Prefeitura estabelece com os servidores. Por ela, essa relação também é transferida para o interior das unidades escolares, antepondo diretores e demais profissionais de educação.

Será que a SME/Prefeitura desconhece que inúmeros profissionais de educação continuam vitimados por doenças ocupacionais por atuarem em péssimas condições de trabalho, em escolas e creches superlotadas, com carência de recursos materiais, número insuficiente de servidores e infra-estrutura degradada?

Além da situação constrangedora - para diretores, professores e funcionários administrativos - a prefeitura transfere para os educadores atribuições de responsabilidade exclusiva da área médica.

Projetos que instituem a "Meritocracia" na Educação Pública:

Escolas do Amanhã - lançado em 13 de março, o projeto prevê beneficiar 150 escolas localizadas em áreas violentas da cidade, acrescentando à grade curricular atividades culturais, de pesquisa, ensino e lazer. Até o momento, o referido projeto não saiu do papel. O projeto diz também que, caso as "metas" previstas sejam atingidas, os educadores dessas escolas receberão um bônus de um salário e meio a mais a cada ano;

Decreto 30860 que "Dispõe sobre os critérios de premiação a ser concedida aos servidores" - de 01 de julho de 2009;

Decreto 30861, também de 01/07, que "Fixa metas de redução de custeio de despesas com concessionárias de serviços públicos - de fornecimento de luz, água e telefonia - nas escolas públicas".

Os decretos acima têm embutidos em seu texto uma política de bônus e mérito e um "Termo de Compromisso de Desempenho" firmado entre a SME e as Direções das escolas, que foram "convidadas" a assinar o documento se comprometendo a cumprir as metas do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e IDERio (Índice de Desenvolvimento da Educação no Município do Rio de Janeiro).

Eles também determinam que havendo mais de cinco ausências no ano, mesmo que por afastamento médico, os profissionais das unidades escolares deixarão de receber tais prêmios e bônus.

Será que ao optar por uma "pedagogia de resultados", onde o que importa é preparar o aluno para obter a quantidade restrita nos índices, a SME conseguirá uma real e substantiva melhoria do ensino e desenvolvimento intelectual do aluno?

É evidente que todos nós, legisladores, poder executivo, sociedade carioca e principalmente os profissionais de educação, almejamos alcançar a plena qualidade em educação na nossa cidade, mas esta não pode ser reduzida a metas e indicadores previstos no IDEB e/ou IDERio.

Porém, ao priorizar uma política de metas - a MERITOCRACIA - a Prefeitura do Rio de Janeiro não demonstra querer enfrentar os principais problemas da educação municipal tais como:
- um Plano de Carreira unificado - de professores e funcionários - com progressão por tempo de serviço e de formação,
- aumento de verbas públicas para a educação,
- atendimento de qualidade à saúde do servidor,
- aumento real de salário para todos os servidores da educação,
convocação de concurso público para profissionais de educação de escola e creches,
- formação continuada e em serviço e de qualidade para profissionais de educação,
- obras de recuperação dos prédios e infra-estrutura,
- melhoria da qualidade da merenda escolar que, durante o primeiro semestre, faltou em várias escolas.

Faz-se necessário e urgente que toda e qualquer política pedagógica que venha a ser elaborada e implementada leve em consideração a contribuição dos profissionais de educação. São eles que estão no dia-a-dia, construindo, efetivamente, a escola pública. São eles as matrizes de uma política educacional.

Não menos importante, foi publicado no Diário Oficial do Município do dia 06 de julho/2009, o Decreto 30871 que "Dispõe sobre o Programa Apóie uma Escola ou Creche".

Nada contra que qualquer cidadão possa contribuir e colaborar, doando bens e equipamentos às escolas e creches do município. O poder público deveria, nesse sentido, estabelecer regras menos burocráticas para que os diversos órgãos municipais possam receber doações de entidades e empresas privadas e mesmo de pessoas físicas.

Esse decreto, como as demais resoluções revelam o caráter privatizante das políticas educacionais do governo municipal visto que, desta vez, "escancara" as portas das escolas públicas e creches para a entrada do setor privado que passa a promover "a melhoria das condições de funcionamento da unidade escolar ou creche" mediante, inclusive, pagamento de bônus, assistência econômica e de saúde e fornecimento de mão-de-obra remunerada mediante pagamento de encargos trabalhistas.

Não será isto a privatização da educação pública?

Por último, sexta-feira, dia 31 de julho, o prefeito pública o Decreto 30934 - "Cria o Programa Bairro-Educador" - que entre outras medidas, autoriza a SME estabelecer parcerias e celebrar convênios entre "empresariado, famílias, organizações sociais, instituições de ensino, lideranças comunitárias e demais pessoas físicas... para elaborar projetos que atendam às necessidades das comunidades escolares..."

Mais uma vez prefeito e secretária esquecem-se de incluir os profissionais de educação na elaboração dos projetos educacionais optando por parcerias com aqueles que defendem a mercantilização da educação.

Para nosso mandato, a atual prefeitura optou pela entrega das escolas e de creches públicas, de seus profissionais e de seus alunos ao "mercado" para disputar recursos através da elaboração de projetos ou da procura de parcerias com comerciantes, empresários, ONG's ou voluntários.

Levando-se em prática esses decretos a escola não será mais pública. Estará subordinada aos interesses de empresários e políticos que a adotarem. A escola pública deixa de ser um direito - de responsabilidade do poder público - e transforma-se em mercadoria ao sabor dos interesses daqueles que passarão a ser seus financiadores.

Continuaremos na luta com os profissionais de educação, estudantes e responsáveis em defesa da educação pública, democrática e de qualidade, para todos e em todos os níveis.

20/08/2009

Eliomar Coelho é vereador do PSol na cidade do Rio de Janeiro

RS: Sem terra é morto em ação de despejo da Brigada Militar

Porto Alegre (RS) - O trabalhador rural Elton Brum da Silva, de 44 anos, foi morto pelas costas durante ação de despejo da Brigada Militar ocorrida na manhã desta sexta-feira (21), em São Gabriel (RS). Elton estava entre as famílias sem terra que ocupavam a Fazenda Southall há mais de uma semana, reinvindicando a desapropriação do restante da área para a reforma agrária.

As condições em que ocorreu a morte do trabalhador ainda não estavam esclarecidas até o final de sexta-feira. No entanto, já foi confirmado que Elton foi atingido pelas costas por um tiro de espingarda calibre 12. Na revista feita nos sem terra pela Brigada Militar, somente foram encontrados instrumentos de trabalho, como foices e facões. O que para Nina Tonin, coordenadora do Movimento Sem Terra (MST), reforça que Elton foi morto na ação dos policiais.

"O Elton, que foi assassinado brutalmente pelas costas pela Brigada Militar, poderia ser um dos assentados nessas áreas que o governo federal desapropriou [a fazenda Antoniazzi] e que o juiz de Santana do Livramento cancelou a sua imissão de posse. Por isso, o Elton paga com a sua própria vida a inoperância, a falta de vontade política dos governos em cumprirem aquilo que prometeram", diz.

Segundo Nina, cerca de 50 pessoas foram feridas pela Brigada Militar entre mordidas de cachorro, ferimentos por golpes de cacetete, inclusive na cabeça, e dedos e braços machucados. No entanto, nem todas foram levadas ao hospital. Ainda haveria outras duas pessoas feridas à bala, mas que não corriam risco de morte.

O cerco da Brigada às famílias se iniciou ainda durante a madrugada. As primeiras notícias da morte de Elton começaram a ser divulgadas em torno das 9h. Segundo informações de funcionários da Santa Casa de São Gabriel, o sem terra foi levado por policiais e já chegou sem vida ao hospital. As demais famílias permaneceram isoladas na área até pouco depois do meio dia.

Os policiais ainda prenderam 18 sem terra que foram identificados como líderes. Eles foram soltos depois de prestarem depoimento na delegacia. Para Nina, o assassinato do sem terra é o crime final de uma série de outros crimes.

"A morte desse trabalhador não requer apenas uma punição a quem atirou. Isso precisa ser feito, no mínimo. O que nós estamos falando é de uma violência sistemática que é a não realização da reforma agrária. Agora ocorreu a última violência, que é a eliminação física daqueles que lutam pelos seus direitos", argumenta.

O velório de Elton começa neste sábado, em São Gabriel. Ele deve ser sepultado em Canguçu, na região Sul, onde o trabalhador estava acampado e sua família vivia.

Fonte: http://agenciachasque.com.br/

http://www.socialismo.org.br/portal/questoes-agrarias/108-noticia/1086-rs-sem-terra-e-morto-em-acao-de-despejo-da-brigada-militar

Chegou a hora de investigar a dívida pública da União - por: Ivan Valente

Depois de muita luta e pressão social, nesta quarta-feira, 19 de agosto, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados finalmente instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a dívida pública da União, estados e municípios - este que é o principal gargalo do desenvolvimento brasileiro. Aprovada desde dezembro, após pedido apresentado pelo nosso mandato, a CPI esperou muito tempo até que os líderes partidários indicassem nomes para seu funcionamento. Não sabemos se por desconhecimento da importância da iniciativa ou se por vontade de boicotá-la.

A questão é que a CPI finalmente saiu do papel e é hora, agora, de o país investigar a sério este mecanismo que causa uma hemorragia brutal nas finanças públicas do Brasil, através do pagamento de juros, amortizações e rolagem da dívida com recursos orçamentários e a emissão de títulos públicos. Trata-se de um sistema que se retroalimenta e impede qualquer desenvolvimento soberano, sustentável e com justiça social.

Olhando apenas para os governos dos dois últimos presidentes - FHC e Lula - a dívida interna brasileira aumentou 17 vezes. No começo de governo FHC (janeiro de 1995), ela era de R$ 62 bilhões. Em janeiro deste ano, já no governo Lula, ela ultrapassou R$ 1,68 trilhão. No mesmo período, o governo federal gastou R$ 906 bilhões com juros e outros R$ 879 bilhões com amortizações das dívidas interna e externa. É importante lembrar, inclusive, que, ao contrário do que fizeram crer a população, a dívida externa brasileira ainda existe. Somente no ano passado, o que o governo federal desembolsou com juros e amortizações da dívida pública corresponde a mais de 30% do orçamento da União.

Fica claro então que, para pagar as obrigações da dívida, os governos cortam investimentos na área social, sucateando os serviços públicos e enxugando a máquina pública. Isto aumenta a miséria, as péssimas condições de educação, saúde, e ainda mais a desigualdade social. Não é à toa que seguem válidos os vetos ao Plano Nacional da Educação, que permitiria ampliar os gastos no setor para 7% do PIB; ou que os investimentos na saúde seguem estacionados mesmo em tempos de epidemia.

Mas, mesmo com todos esses gastos, a dívida continua crescendo, e ninguém questiona seu pagamento. Basta olhar para o que aconteceu no auge da crise econômica no país. Para fazer caixa, em vez de parar o pagamento dos juros e amortizações da dívida, o governo editou medidas provisórias liberando a emissão de títulos públicos a qualquer hora e lugar.

A CPI da Dívida Pública será um poderoso instrumento de levantamento de informações, denúncia e construção de propostas para superar esse modelo perverso. Vamos analisar, por exemplo, os trabalhos de comissões parlamentares anteriores que já estudaram essa questão, como a Comissão Especial do Senado para a Dívida Externa, de 1987, cujo relator foi o então senador Fernando Henrique Cardoso, e a Comissão Mista de 1989, cujo relatório não foi sequer votado pelo Parlamento.

Queremos ainda conhecer quem possui títulos da dívida interna pública federal e sua participação no total da dívida: bancos, fundos de investimentos, fundos de pensão, instituições financeiras, pessoas físicas, pessoas jurídicas não residentes no Brasil etc. Tudo isso permitirá saber quem realmente seria afetado por uma mudança no pagamento da dívida. No ano 2000, mais de 36% da dívida interna estavam em poder dos bancos.

Enfim, é urgente investigar a nossa dívida pública, identificar suas parcelas que foram contraídas de forma ilegal e levantar informações que possam ajudar na realização de uma auditoria da dívida - que está, inclusive, prevista em nossa Constituição Federal, mas que nunca saiu do papel. A CPI será, portanto, um instrumento poderoso de esclarecimento da população para superar esse modelo perverso de acúmulo de riquezas, de favorecimento do capital financeiro e que impede o verdadeiro desenvolvimento do país.

Ivan Valente é deputado federal pelo PSol-SP

http://www.socialismo.org.br/portal/economia-e-infra-estrutura/101-artigo/1081-chegou-a-hora-de-investigar-a-divida-publica-da-uniao

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Programa Nacional do PSOL 20/07/2009






Programa do Partido Socialismo e Liberdade - PSol - veiculado em rede nacional no dia 20/07/2009


http://www.youtube.com/watch?v=g_aOt6KqmuE

Fora Sarney!!!! Militantes são expulsos do Senado após protestarem pela saída de Sarney!!!

http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/2009/08/04/0402386CC8919346.jhtm?grupo-protesta-contra-sarney-e-acaba-expulso-do-senado-0402386CC8919346

PROTOGENES SENADOR - ECO NA BAHIA





PROTOGENES SENADOR - ECO NA BAHIA

Protógenes arrasaria na disputa de qualquer cargo por São Paulo, diz pesquisa


Arquivado em ( Artigos) por vitor em 01-08-2009 10:09



Protógenes Queiroz:arraso em Sampa!

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“Tim, Tim”. Assim tem brindado nos últimos dias com amigos, colegas e pessoas mais próximas, o delegado da Polícia Federal ,Protógenes Queiroz, que comandou a emblemática Operação Satiagraha. E ele tem as mãos cheias de números que dão motivos de sobras para tanto otimismo. Além, obviamente, da satisfação com as consequências de suas investigações sobre vários denunciados, a exemplo do banqueiro Daniel Dantas, do grupo Oportunity.



O baiano Protógenes acaba de receber os resultados de uma pesquisa de opinião pública sobre preferências eleitorais para 2010 em São Paulo – os índices apurados deverão sair em revista de peso nacional na semana que vem – em que ele aparece muito bem na fotografia, melhor até que as próprias expectativas, que são grandes.



Exemplo:Pelos dados da pesquisa, se a eleição fosse hoje, Protógenes Queiroz venceria disparado para o senado, na frente do petista de carteirinha Aloisio Mercadante, segundo colocado. Depois viriam Afif, Quércia, Tuma e Paulo Skaf.



Para deputado federal -independentemente do partido – o delegado levaria mais 11 com a sua votação.



Nada mal para um candidato de primeira viagem, mas não pára aí: Protógenes apareçe como a pessoa mais honesta em SP, na frente do Serra, Dilma, Ciro, Alkimin e Aecio, com uma margem grande de diferença a seu favor.



Para governador ele iria para o segundo turno com o candidato de Jose Serra, Alkimin , e venceria .No caso de outro candidato qualquer , Ciro Gomes, Kassab e assemelhados, o condutor da Satiagraha ganharia no primeiro turno se as eleições fossem hoje, segundo os números da pesquisa, que só serão revelados na próxima semana.



“Tim, Tim”, brinda o delegado Protógenes, otimista, mas sem pressa. Apesar da avalanche de votos que receberia, segundo a pesquisa, o delegado parece inclinado a ainda “dar um tempo” antes de decidir se vai para o Senado ou para a Câmara.



A conferir



(Vitor Hugo Soares, editor do Bahia em Pauta)

Por Protógenes Queiroz às 02h41


Fonte: http://protogenes.blog.uol.com.br/arch2009-08-02_2009-08-08.html#2009_08-03_03_41_33-137142648-0