Eu apóio Jean Wyllys para Dep. Federal PSOL RJ 5005 - Vote na coerência RJ!!!

sábado, 29 de maio de 2010

Plínio de Arruda Sampaio em Porto Alegre com Luciana Genro.

O pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, está em Porto Alegre nesta sexta-feira, 28, para debater com a militância e apoiadores nosso programa de governo. Ele já concedeu entrevista à Rádio Gaúcha e, à tarde, Plínio concede entrevista à Rádio Guaíba, entre 14h e 15h. Às 15h30, acompanharemos a atividade no Postão da Cruzeiro, em defesa da saúde pública. Às 17h, estaremos no Mercado Público.
De noite, haverá a abertura da etapa regional do Seminário de Programa do PSOL com Pedro Ruas, às 18h30, no Sindisprev/RS (Leonardo Truda, 40, 12º andar – Centro). O seminário para a construção do programa de governo segue no sábado, 29, com as seguintes mesas de debate:
9h30 – Educação
13h30 – Reforma agrária, segurança alimentar e meio ambiente (com os subitens reforma urbana, integração e desenvolvimento regional)
16h15 – Saúde
Contamos com sua presença!

http://www.lucianagenro.com.br/2010/05/plinio-de-arruda-sampaio-em-porto-alegre/

Blog busca justiça no caso dos aposentados da Aerus

Luciana tem estado ao lados aposentados da Aerus
Passaram-se quatro anos desde que milhares de ex-funcionários da aviação brasileira receberam uma revoltante notícia. Depois da queda da Varig, seja por irresponsabilidade dos seus gestores ou descaso do governo, os aposentados deixaram de receber integralmente sua aposentadoria. Para não mentir, receberiam uma mísera porcentagem do total, nada de benefício, mas um GOLPE que fere a dignidade e o comprometimento desses idosos com o futuro de suas famílias e suas próprias vidas!
Só que a palavra “golpe” não estava nos planos desses cidadãos, que pagaram a vida inteira um fundo de pensão, do próprio bolso, do próprio salário, na certeza de que poderiam garantir uma velhice tranquila, na companhia da família, da esposa, dos filhos, dos netos e dos amigos. Eles jamais imaginaram sofrer um golpe como esse.
Para contextualizar, acompanhe rapidamente um resumo simples e direto da injustiça:
Com a quebra da Varig, o fundo de pensão Aerus, que tinha a União como agente fiscalizador, ficou sem recursos para pagar seus milhares de contribuintes. É exatamente nesse ponto que é preciso tocar. A União é a ÚNICA responsável, por lei, por fiscalizar e garantir a segurança dos fundos de pensão e seus assegurados. É dela a responsabilidade pelos contribuintes, em quaisquer circunstâncias. E foi em nome da lei, que de tribunal em tribunal, uma liminar determinou que a União assumisse a dívida e pagasse integralmente o que era de direito dos aposentados e pensionistas. Porém, quatro anos se passaram e nada de dinheiro. E como se não bastasse, no dia 17 de março de 2010, quando tudo parecia estar a favor, visto que se trata de uma causa ganha tanto por lei como pela opinião pública, ministros votaram pelo adiamento do pagamento dos aposentados e enterraram mais uma vez o assunto.
A espera é uma bomba relógio no colo de cada aposentado. Muitos, desesperados, com um dinheiro miserável que sequer sustenta suas necessidades básicas, deixaram de lutar pela vida. A mortalidade desse grupo de pessoas subiu assustadoramente, os óbitos aumentaram mais de 20%. Milhares de famílias brasileiras ligadas a esses trabalhadores estão sofrendo. Contas a pagar, dívidas, depressão, tristeza, dor, doenças sem tratamento adequado por falta de recursos, mortes…
Por mais de 20 anos esses profissionais deram dinheiro para um fundo de pensão em busca de uma aposentadoria digna. Não é justo que toda essa contribuição tenha sido varrida do mapa, para longe de seus verdadeiros donos, por entraves jurídicos, políticos e econômicos. O dinheiro é deles, por direito, e a União deve pagar, como foi determinado por lei. Hoje, aeronautas e aeroviários que não exercem mais a profissão precisam recuperar suas vidas, ceifadas por um governo confuso e sem prioridades. O País, que surfa nas marolinhas, comemora um PIB satisfatório e chega a distribuir dinheiro para os colegas do exterior, sem olhar para o próprio umbigo, é o mesmo que sustenta dívidas inconseqüentes com uma parte significativa que merece o respeito do Brasil, os aposentados.
Esse blog tem um cunho absolutamente social, sendo totalmente apolítico, contudo, não fecha os olhos perante os panos sujos do Governo. Querem distribuir dinheiro? Como quiserem, desde que assuntos como esse sejam resolvidos. Querem abrir a torneira e lavar as mãos de figuras duvidosas da política brasileira e mundial? Tanto faz, contanto que as necessidades da população brasileira sejam atendidas, ouvidas e valorizadas. A questão é: O Brasil deve e NÃO PAGA para seus próprios cidadãos, filhos de uma pátria mãe nem tão gentil assim.
Sem “juridiquês”, esse blog pretende fazer esse caso chegar ao maior número possível de brasileiros. A população precisa saber a gravidade do que está acontecendo. Homens e mulheres da chamada melhor idade brasileira (ou pelo menos deveria ser…) estão sendo desrespeitados, menosprezados e escanteados. Será que o motivo seria a pouca expressividade de voto nas urnas dessa pequena milha de vítimas, perante um Brasil de 192 milhões de pessoas? Auto lá, senhores candidatos, nem tão pequena assim… Esse blog tem a missão de tornar público esse golpe para o resto da população! É por causa disso que trabalhadores aposentados estão tendo suas vidas abreviadas, ou seja, pais estão morrendo, avôs estão morrendo…
É um assunto muito sério, por isso, pedimos o seu apoio na divulgação desse blog e também do nosso Twitter (www.twitter.com/avioesabatidos), para que possamos devolver a dignidade e a vontade de viver desses trabalhadores que fizeram sua parte na construção da história desse país.
Afinal, o Governo vai pagar o que está devendo para esses trabalhadores ou continuar voando com o dinheiro público?
Preste atenção no depoimento desses aposentados, em programa exibido na GNT, no dia 1º de dezembro de 2006. Se naquela época eles estavam assim, imagina hoje, depois de quatro anos sem receber aposentadoria, muitos vivendo na miséria, sem ter dinheiro para comer ou pagar seus medicamentos…
Via Aviação Notícias/Fórum Contato Radar

Fonte: Aviações Abatidos

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http://www.lucianagenro.com.br/2010/05/blog-busca-justica-no-caso-dos-aposentados-da-varigaerus/

Vereador Pedro Ruas dá cartão vermelho ao trabalho infantil

Por Pedro Ruas
Na tribuna da Câmara, desta sexta-feira, o Vereador Pero Ruas destacou a importância dos órgãos públicos serem efetivos no combate ao Trabalho Infantil. Ruas definiu o trabalho e a exploração de crianças e adolescentes como uma chaga social. “Há esforços, mas há muito a ser realizado”, afirmou. Conforme o vereador, basta andar pelo Centro, nas redondezas da Avenida Voluntários da Pátria e ouvir relatos de prostitutas para constatar casos de trabalho e prostituição de meninas de 10, 12 anos de idade. Ruas agradeceu a vinda dos palestrantes da Delegacia do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, mas frisou que há muito o que fazer.

http://pedroruaspsol.wordpress.com/2010/05/28/vereador-pedro-ruas-da-cartao-vermelho-ao-trabalho-infantil/

A escravidão nos desafia

Colunistas

 

Jean Wyllys


A escravidão nos desafia

 

Embora abolida oficialmente, a escravidão no Brasil ainda resiste de forma clandestina (e, às vezes, nemtão clandestina assim). Parte significativa da sociedade civil cansou de esperar pela boa vontade dos parlamentares e decidiu pressioná-los a tomar uma atitude contra este crime: na quarta-feira, ela entregou à Câmara Federal um abaixo-assinado com 280 mil assinaturas a favor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438, que determina a expropriação das terras onde for flagrado trabalho escravo. Esta PEC já foi aprovada no Senado e, em primeiro turno, na Câmara. Mas, para ser totalmente aprovada e, assim, alterar a Constituição, precisa ser votada em segundo turno - algo que a bancada de parlamentares que representam o agronegócio (onde, em muitos casos, vigora o trabalho escravo) não quer.

Dados do Ministério do Trabalho revelam que quase quatro mil pessoas foram resgatadas de situações de trabalho escravo em 2009. Exposta assim, em palavras, a situação em que viviam esses milhares de seres humanos não parece tão cruel. É preciso que se conheça de perto esta desgraça para que se tenha noção do quanto ela é chocante: o cidadão, na busca por um emprego que lhe permita se alimentar e aos seus filhos ou pais, aceita um trabalho duro e de muitas horas em que ele já o começa “devendo” ao patrão e do qual não consegue sair porque jamais temcondições de pagar a “dívida”, que só aumenta. Fugir? Impossível! “Jagunços”, “capatazes”, enfim, uma guarda privada e armada está sempre pronta a abater aquele que ousar escapar sempagar. Muitos desses escravos são crianças ou adolescentes que, na esperança de não morreremde fome, abandonaram a escola em busca de trabalho. É uma situação aviltante, chocante! E o pior é que alguns dos que mantêm seres humanos em regime de escravidão posam publicamente como homens de beme cristãos devotos quando não pagam fortunas a agências de publicidade para promover suas empresas que vivemdo trabalho escravo.

Como diz a letra da canção de Gilberto Gil, a usura dessa gente, já virou um aleijão. Gente hipócrita! A escravidão é um crime contra a humanidade. O Artigo 1º da convenção assinada em Genebra em 1926 define a escravidão como “o estado ou a condição de um indivíduo sobre o qual se exercemos atributos do direito a propriedade ou alguns deles”. Já segundo a “convenção suplementar relativa à abolição da escravidão”, adotada também em Genebra, em 1956, estão inclusas entre as instituições e práticas análogas à escravidão: a servidão por motivos de dívida, o cativeiro, o casamento forçado (mediante pagamento aos pais, ao tutor ou qualquer pessoa ou grupo), assim como o trabalho forçado de crianças e de adolescentes.

É possível que as pessoas de bem não se deem conta do quanto este crime é doloroso para suas vitimas, hoje, porque os livros de história por meio dos quais elas estudaram e estudam costumam representar a escravidão de negros, no passado, como algo indolor. Se a escravidão, embora abolida oficialmente, cresce debaixo do nosso nariz, como é que conseguimos conviver com ela ao mesmo tempo em que afirmamos em mesa de bar ou durante o intervalo para o café que temos vergonha do fato de o Brasil ter sido um país cujo estado praticou a escravidão e o tráfico internacional de escravos? Bons sentimentos e intenções não bastam (o dito popular é feliz em sua afirmação de que, de boas intenções, o inferno anda cheio)! É preciso mobilização! É chegada a hora de cobrar de nossos parlamentares e de nossos governantes leis e políticas públicas que combatam e previnam a escravidão e/ou as situações análogas a elas.

É chegada a hora de encaminhar projetos de lei contra o trabalho escravo as nossas câmaras de vereadores e assembléias legislativas; de pedir para denunciar os casos de escravidão à imprensa ou na internet e cobrar providências aos nossos prefeitos e governadores. É chegada a hora de investigar a biografia dos candidatos às eleições para saber se seus negócios incluemo trabalho escravo ou têm qualquer ligação com este no sentido de o estimular ou o encobrir. É chegada a hora de coletar mais assinaturas a favor da PEC 438 e enviá-las à Câmara Federal para que a mesma seja votada em segundo turno. É chegada a hora de rogar aos nossos deuses que eles façam com que o chicote seja, por fim, pendurado; e que devolvam a liberdade a quem, para ser livre, foi criado!

 http://novo.correio24horas.com.br/colunistas/detalhes/artigo/a-escravidao-nos-desafia/

 

A semana vista pelo PSOL - Por Pedro Ruas

Serra, Dilma e Marina: mais do mesmo

Na terça-feira, 25, a Confederação Nacional da Indústria promoveu encontro de três pré-candidatos à Presidência da República: José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). Todos eles defenderam a reforma tributária.
Interessante observar que, nos últimos 15 anos, os governos FHC e Lula – dos quais participaram todos os três pré-candidatos presentes no evento – jamais fizeram a tão almejada reforma tributária. Ou melhor: fizeram, sim, mas uma reforma tributária silenciosa, que foi paulatinamente onerando cada vez mais os trabalhadores e consumidores, aumentando os tributos sobre o consumo. De 1995 a 2008, a carga tributária aumentou 7,6% do PIB (de 26,7% para 34,3%), às custas principalmente do aumento dos tributos incidentes sobre o consumo e a renda dos assalariados, devido às imposições contidas no acordo com o FMI firmado em 1998.
E para que serviu esse aumento colossal dos tributos? Principalmente para garantir o pagamento de juros e amortizações da dívida, que chegaram em 2008 ao montante de 9,4% do PIB, mesmo excluindo-se a rolagem, ou seja, o pagamento de amortizações por meio da emissão de novos títulos.
Isso é: caso não existisse esse colossal gasto de 9,4% do PIB com o endividamento, não teria sido necessário aumento algum na carga tributária nestes últimos 15 anos. Porém, nenhum dos três pré-candidatos ao evento tocou nesse assunto.
O pré-candidato José Serra criticou os juros altos, a carga tributária excessiva e o baixo volume de investimentos. Porém, cabe ressaltar que durante o governo no qual ele foi ministro do Planejamento, as taxas de juros foram a mais de 40% ao ano em alguns momentos, e a carga tributária aumentou de 27% do PIB para 32,3% do PIB.
No que se refere aos investimentos federais, em todos os últimos 15 anos os investimentos foram muito menores que os gastos com a dívida, dentro da política do FMI. De 1995 a 2002 (período FHC), o “Grupo de Natureza de Despesa” dos investimentos foi, em média, de 0,79% do PIB, enquanto no período de 2003 a 2009 (período Lula) tal percentual foi ainda mais baixo, de 0,54% do PIB em média.
Já a pré-candidata Dilma Rousseff garantiu ao mercado a “manutenção dos contratos”, alegando que se os mesmos forem revistos, isso gerará “turbulência generalizada”. Sobre esse tema, cabe ressaltar que, assim como na “Carta ao Povo Brasileiro”, escrita por Lula em 2002, o compromisso de “manter os contratos” se traduz, em bom português, a “manter o pagamento dos contratos da dívida pública, mesmo que eles estejam cobertos de ilegalidades, sem a realização da auditoria da dívida prevista na Constituição, e impedindo a garantia dos direitos sociais, também previstos na Constituição”.
Ora, se a intenção é “manter os contratos”, por que violar o contrato mais importante do país, que é a Constituição? O caos na saúde, na educação, na segurança pública, nas estradas e em diversas outras áreas sociais já não representam uma turbulência generalizada?
Já Marina Silva, quis marcar suas diferenças em relação a José Serra e a Dilma: “A autonomia do BC deve permanecer. (…) Hoje se controla a inflação apenas com a elevação de juros, praticamente, mas sem reduzir gasto público.” Ou seja: a pré-candidata do PV defende propostas ainda mais neoliberais que seus oponentes, como a autonomia do Banco Central e a redução ainda maior dos gastos sociais.
Tal “autonomia do BC” significa fazer com que o Banco Central não seja comandado pelo governante eleito pelo povo, mas pelo próprio mercado financeiro que, conforme demonstrou a CPI da Dívida, é maioria nas reuniões que definem as variáveis consideradas pelo BC na definição sobre as taxas de juros.
Marina também defendeu o câmbio flutuante, o regime de metas de inflação e a “estabilidade fiscal”. Em bom português: os capitais continuarão a fluir com total liberdade, para ganhar as maiores taxas de juros do mundo (estabelecidas a pretexto de se controlar a inflação) e sendo generosamente pagos, com a maior parcela do orçamento.

Enquanto faz superávit primário, governo veta fim do fator previdenciário e reajuste dos aposentados

Nesta semana, a grande imprensa noticiou o “superávit primário” do governo federal obtido em abril, de R$ 16,5 bilhões, como se isso fosse “o melhor resultado em dois anos”. Ou seja: na visão do governo, reproduzida pela imprensa, é bom fazer “superávit primário”, ou seja, reservar recursos para o pagamento da dívida.
Outros meios de comunicação trataram o assunto dizendo que as contas ficaram “no azul”, dando a entender que o governo estaria sendo “responsável” e que as contas estariam indo bem. Porém, o governo adota a seguinte estratégia: divulgou o superávit primário federal, mas nas tabelas disponibilizadas ao público, não divulga os gastos com o endividamento, que fazem tal “superávit” se transformar em um gigantesco déficit.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, ficou “eufórico” com esse “superávit primário” em abril, e garantiu o cumprimento da meta de superávit de 3,3% do PIB em 2010, o que significa cerca de R$ 110 bilhões. Para termos uma noção do que significa esse valor, basta dizermos que ele representa 65 vezes o custo anual do aumento do reajuste (de 6,14% para 7,7%) para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, reajuste esse tão temido pelo presidente Lula e os ministros da área econômica.
Enquanto o país destina R$ 110 bilhões para os rentistas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que, para garantir R$ 1,7 bilhão para o reajuste de 7,7% para os aposentados, outros gastos sociais terão de ser cortados. Ou seja: não se mexe nos gastos financeiros, mesmo que eles sejam 65 vezes superiores. É a supremacia total do setor financeiro sobre as demandas urgentes do povo brasileiro. O ministro afirmou que a Previdência não tem condições de dar esse aumento, ignorando que todos os anos a Seguridade Social apresenta superávits de dezenas de bilhões de reais. Mantega também afirmou que tal reajuste pode aumentar o consumo dos aposentados, gerando inflação.
Ou seja: existiria uma enorme ameaça de inflação se os aposentados gastarem R$ 1,7 bilhão a mais por ano, mas não há problema algum em se gastar R$ 380 bilhões em 2009 com juros e amortizações da dívida para os rentistas gastarem à vontade. Além do mais, conforme mostrou a CPI da Dívida, esse raciocínio do ministro exclui a possibilidade do governo fomentar investimentos produtivos, que poderiam aumentar a oferta de produtos, contrabalançando o alegado aumento da demanda.
Governo Lula prejudica aposentados…  também na Europa

Enquanto alega não ter R$ 1,7 bilhão para o reajuste dos aposentados, o mesmo governo disponibiliza US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 8 bilhões) para o pacote do FMI para a Europa. Tais recursos são provenientes das reservas internacionais, que são obtidas às custas de endividamento interno, que paga os maiores juros do mundo. Dessa forma, o governo brasileiro consegue trabalhar contra os aposentados brasileiros e europeus ao mesmo tempo, pois contribui para um pacote de imposição de severos cortes de gastos sociais contra os trabalhadores e aposentados da Europa.

http://pedroruaspsol.wordpress.com/2010/05/28/a-semana-vista-pelo-psol-6/

Nota dos moradores das favelas de Niterói

Do site do Marcelo Freixo:

Nós, moradores de favelas de Niterói, fomos duramente atingidos por uma tragédia de grandes dimensões. Essa tragédia, mais do que resultado das chuvas, foi causada pela omissão do poder público.  A prefeitura de Niterói investe em obras milionárias para enfeitar a cidade e não faz as obras de infra-estrutura que poderiam salvar vidas.  As comunidades de Niterói estão abandonadas à sua própria sorte.
 
Enquanto isso, com a conivência do poder público, a especulação imobiliária depreda o meio ambiente, ocupa o solo urbano de modo desordenado e submete toda a população à sua ganância.
 
Quando ainda escavamos a terra com nossas mãos para retirarmos os corpos das dezenas de mortos nos deslizamentos, ouvimos o prefeito Jorge Roberto Silveira, o secretário de obras Mocarzel, o governador Sérgio Cabral e o presidente Lula colocarem em nossas costas a culpa pela tragédia. Estamos indignados, revoltados e recusamos essa culpa. Nossa dor está sendo usada para legitimar os projetos de remoção e retirar o nosso direito à cidade.
 
Nós, favelados, somos parte da cidade e a construímos com nossas mãos e nosso suor. Não podemos ser culpados por sofrermos com décadas de abandono, por sermos vítimas da brutal desigualdade social brasileira e de um modelo urbano excludente. Os que nos culpam, justamente no momento em que mais precisamos de apoio e solidariedade, jamais souberam o que é perder sua casa, seus pertences, sua vida e sua história em situações como a que vivemos agora.
 
Nossa indignação é ainda maior que nossa tristeza e, em respeito à nossa dor, exigimos o retratamento imediato das autoridades públicas. Ao invés de declarações que cu lpam a chuva ou os mortos, queremos o compromisso com políticas públicas que nos respeitem como cidadãos e seres humanos.
 
Comitê de Mobilização e Solidariedade das Favelas de Niterói
Associação de Moradores do Morro do Estado
Associação de Moradores do Morro da Chácara
SINDSPREV/RJ
SEPE – Niterói
SINTUFF
DCE-UFF
Mandato do vereador Renatinho (PSOL)
Mandato do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL)
Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFUNK)
Movimento Direito pra Quem
Coletivo do Curso de Formação de Agentes Culturais Populares
 
www.marcelofreixo.com.br

Segurança pública: a outra face das UPPs


por 
Guilherme Pimentel
06/06/2010

Em 21 de novembro de 2008, o Morro Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul, foi ocupado em caráter permanente pela Polícia Militar sem nenhum tiro disparado. Naquela localidade, foi instalada uma unidade policial, chamada Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), comandada por uma oficial da PM, a capitã Priscila. Com a capitã, cerca de 130 homens passaram a fazer parte do cotidiano da comunidade, onde o varejo armado de drogas sumiu da noite para o dia. A ação foi anunciada pelo Governo do Estado como medida importante de política de segurança pública, para solucionar um dos principais focos da questão da violência urbana na cidade, que, segundo os discursos oficiais, estaria nas favelas. A partir daí, esse modelo de policiamento seria propagandeado como o paradigma governamental e midiático de segurança no Rio.
 
É fundamental entender o contexto em que as UPPs são apresentadas. Com a tortura de repórteres do jornal O Dia em 14 de maio de 2008 no Batan, localidade dominada por milicianos, a mídia comercial bombardeou a sociedade com notícias que antes eram engavetadas sobre os abusos e violências das milícias, numa postura muito mais corporativa do que efetivamente politizada. Com a opinião pública favorável, foi aprovada a CPI das Milícias, cujo relatório final de 18 de novembro de 2008 chegou ao indiciamento de 225 milicianos, prisão de vereadores e deputados e, sobretudo, desmistificação do tema. Antes da CPI, vários governantes, entre os quais o atual prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, defendiam publicamente essas organizações criminosas. A CPI, no entanto, levou à falência o projeto velado dos governos de controle violento das periferias, que apresentava as milícias como “alternativa” ao varejo armado de drogas. É neste contexto que surgem as UPPs como uma “nova” solução. Assim como o debate apresentado para a sociedade até 2008 era sobre “Milícias ou Tráfico?”, hoje, o debate apresentado é “UPP ou Tráfico?”.
 
De 2008 pra cá, as UPPs foram levadas para outras favelas. Na Zona Oeste do Rio, foram ocupadas a Cidade de Deus, única favela de porte na Zona Oeste que não era dominada por milicianos, e o Batan, que era dominada pelos milicianos que torturaram os dois repórteres do jornal O Dia. Na Zona Sul, além do Santa Marta, foram ocupados o Chapéu Mangueira, Babilônia, Tabajaras, Cabritos, Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, no Leme e em Copacabana. O morro da Providência também foi ocupado, situado na Zona Portuária, tão ambicionada pelo trilionário Eike Batista e por Paes para o projeto “Porto Maravilha” (que de maravilha não tem nada). E, na olímpica rota Barra-Tijuca/ Maracanã, estão ocupados os morros do Borel, Casa Branca, Chácara do Céu, Catrambi, Indiana, Morro da Cruz e Formiga.
 
Esse trajeto já fala por si só. O conceito de segurança pública que dirige esse processo surge de um ponto de vista posicionado na Zona Sul sociológica (Barra, bairros da zona sul e Tijuca), inspirado pelo empreendimento turístico esportivo (para Olimpíadas e Copa) e veiculado na mídia comercial. Não é à toa que as áreas ocupadas seguem todas a mesma lógica, qual seja: controlar através da polícia os territórios ligados a grandes empreendimentos e à especulação imobiliária.
Além dos indícios territoriais, há também as demonstrações de conteúdo dessas políticas. Em nenhuma das comunidades, por exemplo, foram criados mecanismos de participação popular efetivo nas decisões políticas. Normalmente, é conferido um maior peso à opinião dos moradores do asfalto nos arredores das favelas do que aos moradores policiados dia e noite.
 
Ademais, o porta-voz governamental nas favelas ocupadas é um policial militar, o que foge a sua competência no Estado
Democrático de Direito. Nesse contexto, enquanto chegam determinações de deveres (como a cobrança de luz, o fim dos “cat-nets”, a aplicação veemente da lei do silêncio ainda que sem reclamantes, entre outros cumprimentos legais estranhos às comunidades em tela), os direitos não chegam com a mesma velocidade. No  Santa Marta, por exemplo, a iluminação pública demorou a chegar. Ainda há casas prestes a cair (não visíveis do asfalto), enquanto o governo já gastou milhões com a construção de muros e pintura das casas visíveis da Rua São Clemente. São apenas sintomas da falta de uma proposta democrática e participativa de urbanização do Santa Marta. Na Babilônia, a ausência de um reservatório de água tem deixado as torneiras dos moradores secas e, mesmo após um ano de ocupação, não há coleta de lixo dentro da comunidade. Ou seja, quando o governador anuncia que “o Estado está chegando a essas localidades” a frase é sinônimo de “a polícia militar está chegando a essas localidades”. E só.
 
Outro ponto pouco abordado pela mídia comercial apesar de muito presente nas favelas ocupadas são os abusos policiais. Com a chegada da polícia, as atividades culturais foram limitadas. Os bailes funk, proibidos. A alegação para tal medida é a avaliação das autoridades de que eventos com concentração de pessoas podem ser perigosos, argumento muito utilizado em outros tempos no Brasil. A questão é: perigosos para quem? Em 2009, lutando contra a criminalização do funk na cidade, a Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFunk) organizou manifestações pela liberdade cultural através de rodas de funk na Cidade de Deus e Santa Marta durante o dia. O nome das rodas era “Paz sem voz é medo!”. Ambas tiveram que ser longamente negociadas com as autoridades policiais e só puderam acontecer diante da mobilização e pressão pela garantia dos direitos políticos constitucionais. “O asfalto está aceitando bem a UPP, mas a favela está tendo que se adaptar forçadamente a ela, sem poder participar. O Governo implementa uma política e quer que imediatamente todo mundo bata palmas, sem ouvir as críticas. Mas a crítica é importante para melhorar. O funk não pode ser proibido”, diz MC Leonardo, presidente da APAFunk.
 
O cerceamento à comunicação, cultura e trabalho não para por aí: junto das UPPs veio o fechamento de lan-houses. Além disso, aumentam os índices de conflitos entre policiais e moradores, com um maior registro de desacato nas delegacias locais, o que demonstra uma falta de preparo da polícia para mediar conflitos. Nos últimos dois meses, o número de desacatos chegou a mais de 20 nas comunidades ocupadas. O morador acusado tem como acusador o policial militar. E, em todos os casos, a testemunha de acusação é outro policial militar. Ou seja, a Polícia Militar está longe de representar para muitos moradores de favelas um “pacificador”.
 
Em estudo recente, a pesquisadora Ana Paula Miranda é taxativa ao afirmar que ainda faltam critérios mais eficazes de avaliação do projeto das UPPs. Segundo ela, “o que se vê é uma grande necessidade de se dizer que está dando certo. E desta forma não estão tratando o tema com a seriedade necessária”. Ana Paula fala do aumento de 2008 para 2009 do número de homicídios e de autos de resistência na Área Integrada de Segurança Pública que engloba a favela Santa Marta. O número de autos de resistência passou de oito em 2008 para 18 em 2009 e o de homicídios de 18 para 29 no mesmo período. Esse aumento se deu justamente no ano em que a UPP já estava instalada. “Eles dizem que todos os índices de violência estão caindo, mas os dados públicos não dizem isso”, comenta a pesquisadora.
 
A mídia comercial, por sua vez, tem publicado pesquisas atestando o “sucesso” da política. “Um instituto que não é sério tem realizado pesquisas de opinião a um custo baixíssimo e os jornais acabam comprando. Numa delas eles falam da aprovação da quase totalidade da população em relação à UPP. Mas eles fazem pesquisa por telefone fixo e sabemos que a grande maioria dos moradores de favelas não tem telefone fixo”, questiona Ana Paula. Além disso, ela não concorda com a forma como as críticas às UPPs têm sido tratadas. Segundo ela, as observações sobre problemas das UPP’s “são tidas como uma crítica de uma pessoa que torce para dar errado. Se você critica, você é contra. Essa lógica é péssima, a crítica serve também para melhorar o que tem sido feito”.
 
Nesse contexto, o rapper Fiell, morador do Santa Marta, tem se juntado a outros moradores para reivindicar direitos de sua comunidade. Em meio a diversas iniciativas, o grupo lançou em parceria com instituições de Direitos Humanos e com o Mandato do deputado estadual Marcelo Freixo a Cartilha Popular Abordagem Policial. Segundo o agente cultural, “o lançamento dessa cartilha não é contra ninguém, é apenas a favor do morador. Essa cartilha foi lançada por causa de inúmeros problemas de abuso policial, como PMs homens revistando moradoras, invasão de casas e até mesmo proibição de eventos culturais. Nossa intenção é valorizar o trabalho do policial que respeita os direitos do morador”. A capitã Priscila, que comanda o policiamento na área, não quis dar declarações sobre a cartilha em seu lançamento.
 
Por sua vez, o jornal O Globo anuncia em manchete que “UPP agrada a moradores do asfalto e valoriza imóveis”. Com a valorização do espaço urbano a partir do controle sem participação das áreas pobres, ocorre o aumento dos aluguéis, que somado à chegada das cobranças de luz, corte do cat-net, proibição de espaços de lazer da comunidade, entre outras medidas restritivas, tem gerado um forte aumento do custo de vida dos pobres. Isso num contexto de ausência de políticas públicas de garantia de direitos básicos tem gerado a chamada “remoção branca”, uma forma de expulsar os pobres para áreas mais afastadas e inchadas da cidade, “liberando” território urbano para a especulação imobiliária.   
 
Para o movimento social e os defensores dos direitos humanos, é problemática a postura do governo em não procurar absorver as críticas. O que acaba ocorrendo é a promoção de uma sensação de segurança, e não efetivamente de Segurança Pública. A partir daí surgem iniciativas que confundem “investir em segurança” e “injetar recursos na secretaria de segurança e armas”.
 
Em contrapartida, o lema “Segurança Pública é garantir direitos” tem movido a militância de direitos humanos e de favelas em busca de um outro debate sobre o Rio de Janeiro, um debate no qual o pobre seja tratado como titular de direitos, e não como suspeito a priori. A segurança pública num regime democrático deve ser pensada a partir do ponto de vista do morador das áreas policiadas. As questões que se colocam precisam repercutir: por que a PM ainda usa fuzis em locais onde já não mais há varejo armado de drogas? Se o problema é a violência, por que não investir em inteligência para barrar as rotas de chegada de armamentos na cidade? Por que a solução para nossos problemas ainda precisa passar por uma iniciativa militarizada? Por que não há uma proposta séria de urbanização participativa e cidadã nas favelas, com acesso a direitos básicos? Por que o debate honesto sobre o fracasso da política de guerra às drogas e a necessidade da legalização vem sendo escondido?
 
*Guilherme Pimentel é estudante de Direito e membro da equipe do Mandato Marcelo Freixo


 

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