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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Páscoa de Vida Digna - Por Heloisa Helena

Eis um período – para mim - maravilhosamente propício para a reflexão sobre Vida, Liberdade, Renascimento, Ritos de Passagem... Hipocrisia, Angústia, Poder, Solidão! Desde criança – na catequese por queridas freiras holandesas e padres católicos - que eu achava muito estranho o fato de Jesus ter sido recebido de forma imensamente triunfal “como Rei e Salvador” pelo mesmo povo que em poucos dias gritavam “Crucifica-o, Crucifica-o”... Eu - pequeninha, magrela e de imensas tranças – ficava pensando “que gente mais falsa...”
          O Domingo de Ramos é exemplar! Jesus – debochado por muitos como o “filho do carpinteiro e de Maria” (aliás, pensemos o que sofreu Maria diante das línguas cínicas e ferinas das víboras fofoqueiras...) – que já tinha, de chicote na mão, literalmente botado pra quebrar no templo cheio de farsantes e vendilhões... entra de Jumentinho e é saudado entusiasticamente pela multidão! O Poder Local – César, Pilatos e Cia – em conluio mais que atual, demonstra à multidão que quem estiver ao lado do Rei dos Céus estará contra o Rei da Terra... aí o coeficiente de trairagem popular aumentou velozmente e foram aplaudidas todas as formas de humilhações (da brutalidade nas agressões físicas às cusparadas e xingamentos preconceituosos!). E se faz necessário lembrar que, com raríssimas exceções masculinas, a linda coragem da solidariedade a Jesus, no episódio, ficou mesmo para as mulheres!
          O Monte das Oliveiras é outro momento de imensa intensidade espiritual e angústia absolutamente humana... onde Jesus, mesmo tomado pela Fé e Orações, demonstra tanto sofrimento,  tristeza e medo... o retrato da humildade das nossas fraquezas humanas, seja nos apóstolos que dormiam ou na extrema exaustão emocional de Jesus que o leva a suar gotas de sangue. E durante a Crucificação, além do perdão e da opção pelo sacrifício, se apresenta também o doloroso sentimento de abandono e solidão gemendo na frase “Eloí Eloí, lema sabactâni...Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste...”

          E a Páscoa? Ah! Além dos deliciosos ovos de chocolate para alguns que podem comprar... A Páscoa verdadeira em nosso tempo não chegou! Muitos de nós estamos lutando por ela irmanados nos Ritos de Passagem: Escravidão e Liberdade do Povo de Deus, Morte e Renascimento de Jesus! Infelizmente ainda persistem o sofrido caminhar de muitos nas travessias dos desertos de indigência social; nas peregrinações de humilhações extremas por vagas nas escolas e assistência à saúde; nas horas de angústia e desespero em ônibus superlotados; nos escombros sob as chuvas soterrando crianças; nas infames vendas de órfãos para ricos pedófilos e virgindades de meninas para bandidos políticos; na exploração insaciável e predatória da natureza... e em tantas outras formas de Violência, Escravidão e Morte...
          A Páscoa chegará quando a música, em belos adágios por violinos e flautas, estiver sendo tocada por pequenas mãos pobres e frágeis de crianças que o maldito narcotráfico machucou, mas não aniquilou... A Páscoa chegará quando não ensinarmos às nossas crianças a prática desrespeitosa das palavras humilhantes e malditas “negrinha, doido, aleijado, bicha”... A Páscoa chegará quando os idosos estiverem sendo contemplados com profundo respeito às marcas que o tempo deixou... A Páscoa chegará quando não se ostentar por vaidade luxuosa as peles de animais no vestuário... A Páscoa chegará quando a intolerância religiosa for extirpada e o oportunismo vulgar e comercial em nome de Deus for superado...
          Alguns dirão que tudo isso é romantismo ridículo e impossível de se concretizar... Alguns vão preferir simplesmente fazer de conta que nada vêm nas dores e sofrimento do mundo crucificado... E euzinha e muitos outros mais repetiremos Cecília: “É preciso não esquecer nada...nem o sorriso para os infelizes, nem a oração de cada instante... O que é preciso esquecer... é o dia carregado de atos e a idéia de recompensa e glória...”
          Felizes todos os dias em que buscamos a Páscoa... nas Travessias em Lágrimas pelos Desertos ou em Caminhos Perfumados de Jasmins, Angélicas, Lírios e todas as Flores que anunciam a Generosa Festa da Colheita de Paz e Justiça Social que um dia chegará!

Heloísa Helena (twitter: @_Heloisa_Helena  e heloisa.ufal@uol.com.br ), é vereadora pelo PSOL em Maceió.









“Só enriquece na Política quem é Ladrão!” Por *Heloísa Helena

Uma preliminar: ... o poder não muda as pessoas, apenas as revela! Ou seja, o mau-caráter obterá na política um luxuoso e exuberante espaço para seu mau-caratismo exercitar! Um alerta: ... quem gosta de político ladrão ou se associa e usufrui das riquezas roubadas e vulgarmente exibidas por eles, não leiam este artigo... ele é “agressivo” como diziam das minhas éticas posições políticas durante a campanha eleitoral!
          Aqui estou eu para falar sobre um tema rotineiro - pela impunidade como se dá a repetição dos episódios - que é a tal Corrupção, que asco em quem não é bandido deveria permanentemente fomentar. A este assunto só volto por assistir estarrecida, entre outros muitos casos, a mais uma façanha de políticos alagoanos: roubar dinheiro da merenda escolar para comprar uísque e ração (... pobres cachorros que não merecem esse tipinho ordinário de donos(as)!). Revisando o que suas excelências fizeram: ... Roubaram dinheiro da merenda escolar das crianças pobres para fazer a feira de produtos caríssimos dos políticos ricos e suas curriolas.  Estamos falando de crianças pobres já duramente submetidas a todas as formas de negação dos seus direitos pela indigência social e já submetidas a dolorosas formas de miséria humana... geralmente pelas mesmas mãos sujas daqueles que dinheiro público roubam!
          A primeira vontade que tenho é lembrar como são encarcerados os pobres que roubam uma lata de leite ou um celular... Imaginem o que aconteceria se um pai de família pobre, de uma dessas cidades, tivesse entrado num depósito da Prefeitura pra roubar merenda... Lembram como são tratados os pobres? São jogados naquelas celas imundas de fezes e urina em chão podre e frio ou tomado pelo calor insuportável... lugar maldito onde pobres são aniquilados na sua dignidade humana pois são estuprados, violentados, arrastados pelos bandidos de “hierarquia” superior para se incorporar ao narcotráfico ou serem assassinados! E nós sabemos que parte muito importante da sociedade em geral defende esse comportamento primitivo na punição aos pobres, mas cinicamente e covardemente muda de posição e rigor metodológico quando se trata dos seus amiguinhos políticos ricos... sempre na medíocre expectativa de aqui ou acolá ser beneficiado com a patifaria política
          Enquanto tudo isso acontece... a imensa riqueza roubada pelos grandes e poderosos exala e muito a fedentina política deles e mostra também nas vidas dos mais pobres os dias de desamparo e tristeza profunda porque não têm garantido pelo dinheiro público o acesso à Educação, Saúde, Moradia, Emprego, Saneamento, Segurança, Assistência Social... etc etc...
          Infelizmente em nossos tempos sombrios, ainda constitui uma minoria aqueles (as) capazes de corajosamente verbalizar, se indignar ou enfrentar as estruturas em putrefação das insaciáveis gangues políticas e suas camarilhas que nunca se contentam com as imensas riquezas roubadas dos pobres. Nunca se contentam e sempre querem muito mais... como dizia Vieira, conjugam de todas as formas e modos o verbo roubar... dos uísques comprados com o roubo das merendas até a esperteza de proteger o dinheiro sujo em paraísos fiscais! Infelizmente também são muitos os políticos ladrões que se perpetuam no poder pela inocência ou ignorância de alguns e pela desprezível omissão e cumplicidade de outros pusilânimes e igualmente corruptos!
          E mesmo que a lógica formal, fiscal, financeira, contábil, orçamentária mostre claramente que só enriquece na política quem é ladrão ainda teremos tempos muito difíceis pela frente no cotidiano de combate a essas súcias de vadios poderosos que continuam a manchar a honra e a dignidade da nossa querida e tão sofrida Alagoas! Devemos ao menos lutar pelo cumprimento da Lei – Código Penal – Crimes contra a Administração Pública... que diz que vai pra cadeia quem patrocina tráfico de influência, intermediação de interesse privado, exploração de prestígio, corrupção ativa e passiva... no popular safadeza política! E, mesmo que a realidade implacável diga que não adianta lutar, muitos de nós continuaremos firmes caminhando feito peregrinos incansáveis que a vida impiedosamente marcou, mas não dobrou aos encantos esnobes e apodrecidos das estruturas da política e do poder!


Heloísa Helena (@_Heloisa_Helena  e heloisa.ufal@uol.com.br ), é vereadora pelo PSOL em Maceió.




quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vereador é preso durante operação antimilícia no Rio; grupo teria planejado morte de deputado Marcelo Freixo (PSOL RJ) e chefe da polícia.

13/04/2011 - 11h03 / Atualizada 13/04/2011 - 16h18

Daniel Milazzo
Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro  


Um vereador foi preso na manhã desta quarta-feira (13) durante uma operação da polícia do Rio de Janeiro contra as milícias. O parlamentar é Luiz André Ferreira da Silva (PR), conhecido como "Deco" ou "O Iluminado", acusado de comandar uma milícia na zona oeste da capital fluminense. Segundo o Ministério Público, o vereador foi preso por volta das 6h, sem apresentar resistência, na casa de um aliado, onde foram apreendidos R$ 61 mil e um cofre. O aliado, identificado como Hélio Albino Filho, seria o número 2 do grupo, mas não foi localizado pela polícia.
O vereador Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, foi preso na manhã desta quarta-feira durante operação da polícia do Rio; ele nega as acusações

    Ao todo três pessoas foram presas, de acordo com informações divulgadas em uma entrevista coletiva no começo da tarde de hoje. Além do vereador, os outros dois são Arilson Barreto das Neves, conhecido como "Cabeção", que seria presidente de uma associação de moradores onde atuava o grupo, e Edilberto Gomes Alves, vulgo "Bequinho", que seria o armeiro da milícia e chefe de segurança.
    De acordo com o MP, o vereador era o principal dirigente da milícia que atuava em Jacarepaguá há pelo menos sete anos. Segundo a denúncia, o grupo empregava meios cruéis --como homicídios por meio de armas de fogo, facões e enforcamento-- para se impor na região. Segundo informações que chegaram ao Disque-Denúncia em 2009, "Deco" e sua quadrilha planejaram o assassinato do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, uma vereadora não identificada e a atual chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, então delegada titular da 28ª DP (Campinho).
    A operação Blecaute, iniciada hoje, procura 14 suspeitos de integrarem o grupo. Entre os suspeitos também há ex-militares e guardas municipais. O pedido de prisão preventiva dos acusados de integrar o bando paramilitar foi assinado pelo Procurador-Geral de Justiça, Cláudio Lopes, e pelo Subprocurador-Geral de Justiça de Atribuição Originária Institucional e Judicial, Antonio José Campos Moreira.
    A ação, realizada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), também deve cumprir 25 mandados de busca e apreensão em diversos pontos da cidade --a maioria já foi cumprida. Segundo as investigações, a quadrilha atua em pelo menos 13 comunidades, nos bairros da Praça Seca, Campinho, Tanque e Quintino.
    Além dos crimes de formação de quadrilha armada e homicídios, o grupo também é acusado de praticar tortura, ocultação de cadáver, estupros, furto de sinal de televisão e internet, controle no fornecimento de gás, prestação irregular do serviço de transporte alternativo e exploração de máquinas caça-níquel.
    O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou seis integrantes de uma outra milícia, que atuava na Estrada da Covanca, no bairro do Tanque, zona oeste. De acordo com o Gaeco, os milicianos promoviam "tribunais" clandestinos para executar desafetos. Segundo o MP, os seis denunciados tiveram a prisão preventiva decretada e responderão à ação penal na 1ª Vara Criminal da Capital por homicídio qualificado.
    Cerca de 80 pessoas participam da operação, que tem o apoio da Subsecretaria de Inteligência, da Subprocuradoria-Geral de Justiça, do Gaeco, do Ministério Público e da Corregedoria Geral Unificada.
    A reportagem ligou para o gabinete do vereador preso para comentar a detenção e recebeu a informação de que o advogado dele está se encaminhando para o local. O vereador nega as acusações. A polícia não sabe informar se os demais presos já constituíram advogado.

    Fonte:

    http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/04/13/vereador-e-preso-durante-operacao-antimilicia-no-rio-grupo-teria-planejado-morte-de-deputado-e-chefe-da-policia.jhtm


    ESSE É O MEU GUERREIRO E GRANDE DEPUTADO ESTADUAL MARCELO FREIXO, QUE LUTA CONTRA AS MÍLICIAS!!!!!



    Até nas eleições ele teve que andar protegido, sua campanha foi muito pela internet e por pessoas que entenderam a necessidade de reelegê-lo, pois está ameaçado de morte!!!!

    quinta-feira, 7 de abril de 2011

    Sistema criminal trata diferente ricos e pobres, afirma De Sanctis

    07/04/2011 - 07h37

    FLÁVIO FERREIRA
    DE SÃO PAULO
    O desembargador Fausto Martin De Sanctis, que atuou no caso Castelo de Areia, recusou-se ontem a falar sobre o julgamento do STJ que anulou os grampos da operação, mas disse que o sistema criminal do país vive uma situação de "dualidade de tratamento" entre ricos e pobres.
    Fausto Martin De Sanctis disse que o sistema criminal vive uma situação de "dualidade de tratamento" entre ricos e pobres
    Fausto Martin De Sanctis disse que o sistema criminal vive uma situação de "dualidade de tratamento" entre ricos e pobres   
     
    Folha - Como o sr. avalia a decisão do STJ que anulou os grampos da Castelo de Areia?
    Fausto De Sanctis - Não posso falar sobre esse caso concreto, mas posso falar sobre o sistema criminal de um modo geral. Em várias situações o Supremo Tribunal Federal já legitimou interceptações após denúncias anônimas e prorrogações de interceptações por longos prazos.
    A Justiça tem um compromisso, pois ela serve de estímulo ou desestímulo para outros órgãos de poder. Não se pode comprometer a imagem da Justiça como uma Justiça dual, que trata diferentemente pobres e ricos.
    O grande desafio do Judiciário brasileiro é reafirmar o princípio da igualdade e não fazer reafirmações que passam de forma concreta a ideia de que o crime compensa para alguns. A dualidade de tratamento já foi discutida no passado e os países desenvolvidos já superaram essa fase. Mas parece que o Brasil não superou. 

    Qual será a repercussão desse julgamento para outros casos que tiveram interceptações após denúncias anônimas?
    Não posso falar desse julgamento, mas é nítido para juízes criminais, Ministério Público, Polícia Federal e advogados o desestímulo institucional já existente. Tudo o que é feito é sempre interpretado de maneira favorável às teses provenientes daqueles que lucram muito com elas.
    Não existem direitos sem deveres, mas parece que os deveres não são exigidos ou são muito bem flexibilizados em determinadas situações, o que é inconcebível. 

    O subprocurador que representou o Ministério Público no julgamento disse ser preciso reavaliar os cuidados nas apurações. O sr. concorda?
    Não falo do fato concreto, mas acontece que há uma total desorientação da jurisprudência com relação aos trabalhos de apuração, porque a jurisprudência sempre permitiu interceptações por tempo indeterminado, denúncias anônimas e ações controladas.
    A partir do momento em que determinados casos vieram à tona, e não estou falando da Castelo de Areia, a jurisprudência simplesmente vira e interpreta com rigor tal que não se tem como investigar ou processar, pois tudo leva à prescrição, à nulidade ou à inépcia da denúncia. 

    Fonte: 
    http://www1.folha.uol.com.br/poder/899295-sistema-criminal-trata-diferente-ricos-e-pobres-afirma-de-sanctis.shtml

    sexta-feira, 1 de abril de 2011

    Artigo sobre Intolerância! Por Heloisa Helena


    - A Infâmia da Intolerância contra os Vulneráveis Socialmente -

              Ao longo da minha história de vida, desde a infância pobre no interior de Alagoas, vivenciei o belo aprendizado de admirar a coragem como atributo essencial na formação do caráter da mulher e do homem. Aprendi com a vida que sem coragem não é possível ser honesto em terreno ocupado majoritariamente por bandidos, como é a política... Sem coragem não é possível ser solidário e caridoso para defender o oprimido das mãos cruéis dos que tentam aniquilar sua dignidade... Sem coragem não é possível defender a pequena e pobre criança do mundo maldito e poderoso do narcotráfico... Sem coragem não é possível defender os recursos naturais da exploração predatória e feroz da acumulação de riquezas à custa da vida das futuras gerações... Sem coragem estaremos mesmo condenados às prisões do submundo do silêncio diante de todas as formas de expressão dos reinos de dinheiro e poder!
              Aprendi também que não é sinônimo de coragem e sim prova cabal da desprezível covardia humana os comportamentos de intolerância e humilhação contra os mais fracos, contra aqueles vulneráveis socialmente e massacrados pela classe social, gênero, cor da pele, orientação sexual, convicção religiosa... isso tem permitido a muitos espancar, violentar, mutilar e assassinar seres humanos. A crueldade desses métodos, dissimulados ou explícitos, tem constituído inaceitável direito por alguns de marcar pela violência imunda e cruel o corpo e a dignidade de outros com a prática que deve ser chamado de crime de racismo, homofobia, intolerância religiosa, machismo e, portanto iniqüidade contra os que pensam, vivem e amam de forma diferente dos padrões e valores hegemonicamente aceitos em nossa sociedade.
              Ao longo da história da humanidade, sob a égide da intolerância, milhões de vidas humanas foram destruídas pelos preconceitos e pela tentativa de supremacia do poder material e das convicções pessoais ou espirituais de uns sobre o esmagamento da dignidade dos outros.
              Na abordagem das convicções espirituais quem pode esquecer as histórias de horror patrocinadas pelo poder reinante contra mulheres e homens cristãos, templos sagrados do espírito santo que foram crucificados, queimados, destruídos... ou a indignidade contra judeus e muçulmanos e budistas e umbandistas e entre as religiões ou na vã tentativa de acabar com todas elas...experiências onde cada uma religião tenta trazer pra si a exclusividade comercial da condição de ungido por Deus ou no outro extremo, os ungidos pelo fanatismo ideológico e ateísmo que tentam ser proprietários da mente e coração de outros.
              Revisitando a nossa própria história temos obrigações com a construção ao menos de uma sociedade de menos barbárie e a necessária preservação das lembranças que insistem em nos dizer: ...A ninguém é dado o direito de esquecer os terríveis colares de orelhas humanas que eram ostentados pelos caçadores de escravos ou as marcas de ferro em brasa que marcavam os negros ou os ganchos de ferro que atravessavam as costelas das negras e as penduravam para sangrar até morrer... A ninguém é permitido esquecer das pequeninas mulheres menininhas pobres que têm suas virgindades leiloadas e são estupradas pelos políticos bandidos e autoridades vagabundas de Alagoas ou em qualquer outro pedaço de terra deste planeta... ... A ninguém é concedido o poder de humilhar com palavras chulas e vulgares ou esbofetear, mutilar e assassinar alguém por sua orientação sexual ou por sua relação homoafetiva... A ninguém deverá ser possível fingir que não viu o mendigo ou morador de rua ou índio em chamas, todos assassinados porque eram o retrato da triste e angustiante miséria humana...
              Quem tem realmente coragem de tentar mudar o mundo e construir uma nova sociedade de paz, ética, justiça e solidariedade não prioriza atacar covardemente os mais frágeis e vulneráveis socialmente e não ousa quebrar em pequenos fragmentos de dor e humilhação o coração daqueles que muitas vezes nem podem escolher como viver. Quem realmente quer semear generosidade e respeito em nossa tão frágil “democracia” possibilita, desde a infância em casa até as atividades educacionais e culturais em público, a compreensão ética da belíssima diversidade humana e assim usará a coragem com suas palavras de fogo e esperança inquebrantável contra os reinos podres de corrupção, violência e poder e jamais ostentará arroubos de covardia contra os mais pobres, simples e vulneráveis socialmente!
    Heloísa Helena ( @_Heloisa_Helena ou heloisa.ufal@uol.com.br )