Olá
Temos a honra de te convidar para a Aula Inaugural do CURSINHO POPULAR PRÉ-VESTIBULAR DO INSTITUTO VOZ ATIVA:
Dia: 12 de junho - sábado
8h30: café comunitário
9h00: Aula Inaugural
Local: Instituto Voz Ativa: Rua Armando Mário Tozzi, 274, Jd. Lisa- Campinas - SP(pontos de referência: Terminal Campo Grande, Praça da Concórdia, Banco Itaú)
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediados pelo mundo”
Como nos ensinou Paulo Freire, a educação é um processo social e o ato de educar exige os maiores cuidados, porque marcará profundamente a vida de cada pessoa de forma indelével. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. Àquilo que é ensinado em escolas e universidades não representa educação, mas são meios para obtê-la. Vivemos uma realidade em que a Educação de qualidade, pública, é negada para uma grande parcela de nossa população.
Entendemos a educação como direito de tod@s cidad@s e obrigação do Estado, mas enquanto não atingimos a plenitude deste direito, com vagas públicas em escolas e universidades públicas, gratuitas, de qualidade e laicas para tod@s, apresentamos o Cursinho Popular Pré-Vestibular do Instituto Voz Ativa como um paliativo. Queremos fazer, ao invés de só reclamar que as coisas não andam bem. Queremos construir instrumentos coletivos para intervir e mudar esta dura realidade em que vivemos. Isto é bem mais que caridade copiosa.
Só tem Voz Ativa quem tem conhecimento, só age com Voz Ativa @s indignad@s. Por isso apelamos “ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina. Amar é um ato de coragem. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade”. Por isso, lembramos e colocamos em prática aquilo que aprendemos com nosso querido companheiro Paulo Freire.
Temos dados aterrorizantes sobre a Educação em nosso país, reproduzimos apenas um para explicitar nossas preocupações. Segundo dados do MEC sobre a educação no Brasil, ano 2006, proferidos no debate sobre a constituição da Universidade Federal da Fronteira Sul, em março de 2009:
Temos 33 milhões de jovens que estudam no ensino fundamental, destes, 90% em escolas publicas. Apenas 8 milhões desses jovens chegam ao Ensino Médio, ou seja, são apenas 24% do total. A cada ano, a cada série, temos um funil que retém crianças e jovens. Deveriam estudar, mas param no meio do caminho por diversos motivos, principalmente, pela necessidade de trabalhar para “ajudar” ou até “sustentar” a família, a casa.
Sobre o Ensino Universitário temos os seguintes dados: apenas 12% dos jovens deste país - entre 18 e 24 anos estão no ensino superior. São 33 milhões que iniciaram no Ensino Fundamental e apenas 2,9 milhões que estão no ensino universitário.
Apenas 30% das vagas são em universidades públicas e 70% do ensino superior é privado. Ao analisarmos os dados por unidade de ensino privado, 89% delas trabalham com a definição “com fins lucrativos”. Destas Instituições, 75% são unidades isoladas, portanto, faculdades e não universidades.
Quando analisamos em que período está o estudante fica evidente quantos já são obrigados a trabalhar, portanto não conseguem dedicar-se exclusivamente ao estudo: há cerca de 1,8 milhões de estudantes em períodos diurnos, sendo a maioria em Instituições Publicas. Outros 2,8 milhões de estudantes estão em cursos noturnos, sendo que 2,4 milhões nas Instituições Particulares.
Ao compararmos os estudantes provenientes do Ensino Médio Público e alguns cursos de Faculdades Publicas, temos: 87% dos estudantes que fazem Ensino Médio nas escolas públicas, mas apenas 8% entram em Medicina, 19% em Odontologia e 25% em Veterinária.
Com falta de investimento dos governos, professores mal pagos, salas de aulas deterioradas ou inexistentes em alguns municípios, salas de aulas lotadas – algumas chegam a comportar 50 estudantes - professores sem condições de atualizarem-se, encontramos estudantes que chegam na 8ª série do Ensino Fundamental que mal conseguem ler ou escrever um texto com 2 parágrafos ou resolver as quatro operações básicas. Ou inda estudantes que concluem o Ensino Médio que nem querem prestar vestibular, sentindo-se incapazes de passar nele.
Com estes dados sobre a situação do Ensino Público brasileiro constatamos que o mesmo encontra-se na UTI. Acreditamos que devemos lutar para melhorar como um todo o ensino público de nosso país, até lá vemos nos Cursinhos Populares um paliativo, uma oportunidade de garantir condições aos estudantes provenientes do ensino público, mínimas possibilidades de prestar e passar nos vestibulares, principalmente nas Universidades Públicas.
Se quisermos construir uma nação, devemos lutar para que em nosso país, a Educação não seja encarada como despesa, mas como investimento, com retorno garantido. Garantia de cidadãos, garantia de termos mais condições de transformarmos nossa realidade.
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"A justiça é o que nos motiva
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Racionais MC.
