Eu apóio Jean Wyllys para Dep. Federal PSOL RJ 5005 - Vote na coerência RJ!!!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Minha colinha de Candidatos para as Eleições 2010 SP!

Se você tb quer votar nestes candidatos, você pode imprimi-la e levar no dia 03/10/2010 em seu colégio eleitoral junto com seu Título de Eleitor e um Documento com Foto.Mas antes tb pesquise e conheças suas propostas, veja os links abaixo da colinha:


- Deputado Estadual 50789 Carlos Giannazi PSOL SP

Conheça suas propostas em:
http://www.carlosgiannazi.com.br/

- Deputado Federal 5013 Mauricio Costa PSOL SP
Conheça suas propostas em:
http://mauriciocosta.blog.br/

- Senador 500 Marcelo Henrique PSOL SP
Conheça suas propostas em: 
http://psolsp.org.br/marcelohenrique/

Você ainda pode escolher mais um (a) candidato (a) ao Senado.

- Governador 50 Paulo Búfalo PSOL SP
Conheça suas propostas em:
http://psolsp.org.br/paulobufalo/

- Presidente 50 Plínio de Arruda Sampaio PSOL
Conheça suas propostas em:
http://www.plinio50.com.br/



VOCÊ TEM OPÇÃO!!!! 
VOCÊ TEM O PSOL!!!! 
OPÇÃO PELA IGUALDADE, CONTRA A CORRUPÇÃO E TODA FORMA DE PRECONCEITO, INJUSTIÇA 
E OPRESSÃO!!!

domingo, 19 de setembro de 2010

Tiroteio em parada gay da BA fere 9; no Acre, associação defende voto contra a homofobia

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO
FREUD ANTUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM RIO BRANCO

Um tiroteio ocorrido durante a parada gay de Barra do Pojuca (BA), na região metropolitana de Salvador, feriu nove pessoas neste sábado (18) à noite.
Segundo a Polícia Militar, os tiros foram disparados por um traficante da região, que circulava pela área atrás de um traficante rival. O incidente ocorreu por volta das 18h30 numa praça no centro da cidade, onde ocorria a parada.
A polícia não soube informar se os nove feridos participavam do evento. Também não se sabe qual o público estimado da parada.
VOTO CONTRA A HOMOFOBIA
Já em Rio Branco, a Ahac (Associação dos Homossexuais do Acre) realizou na tarde deste domingo (19) a 6ª Parada Gay no Estado. O evento deste ano defende a cidadania e o voto contra a homofobia.
Nesta noite, estão previstos shows no estacionamento do estádio Arena da Floresta --da banda Moinho e da cantora Manuela Araújo. A expectativa é que 60 mil pessoas possam assistir aos shows.
O evento encerra também a 6ª Semana da Diversidade, que começou na segunda-feira e discutiu a importância de escolher, nestas eleições, candidatos com propostas que possam defender gays, lésbicas, transexuais, homossexuais, bissexuais e travestis.
Segundo um dos organizadores do evento e membro da comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional Acre, Moisés Alencastro, os debates e as oficinas ainda tiveram discussões voltadas para os travestis e os jovens com o objetivo de combater a homofobia.
No ano passado, a parada gay do Acre reuniu cerca de 55 mil pessoas e teve como tema as ações contra o preconceito dentro das escolas.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/801311-tiroteio-em-parada-gay-da-ba-fere-9-no-acre-associacao-defende-voto-contra-a-homofobia.shtml

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Nós que pressionamos no mundo todo vencemos! Espero que não se volte atrás! - Irã suspende apedrejamento de mulher condenada por adultério.


Qua, 08 Set, 05h02
Por Robin Pomeroy

TEERÃ (Reuters) - As autoridades iranianas suspenderam a sentença de morte por apedrejamento dada à mulher condenada por adultério Sakineh Mohammadi Ashtiani, informou o Ministério do Exterior nesta quarta-feira, após semanas de críticas de várias partes do mundo.
"O veredicto relativo aos casos extraconjugais foi revogado e está sendo revisto", disse o porta-voz do ministério Ramin Mehmanparast à emissora estatal iraniana em língua inglesa Press TV.
O anúncio foi feito um dia depois de o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, ter dito que a sentença era de "uma barbárie indizível" -- a mais recente em uma sequência de críticas expressas por potências estrangeiras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a oferecer asilo a Sakineh, mas recebeu uma negativa pública do governo iraniano, que chamou Lula de uma "pessoa sensível" mas que não tinha conhecimento de todos os fatos.
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, elogiou a decisão iraniana de suspender a pena de morte por apedrejamento. "É positivo que tenha sido suspenso... A maneira de defender a melhora das pessoas não é com estridência, nem com condenações fáticas, é com diálogo, que é o que fazemos", disse a jornalistas em Brasília.
Sakineh Mohammadi Ashtiani foi condenada em 2006 por adultério, que é um crime capital na República Islâmica. Ela também foi acusada de envolvimento no assassinato de seu marido.
Em entrevista telefônica ao vivo, Mehmanparast disse que a acusação de homicídio "está sendo investigada para que seja emitido o veredicto final".
A mídia iraniana sugeriu que a sentença de morte por apedrejamento -- imposta aos que cometem adultério sob a sharia, adotada pelo Irã após a Revolução Islâmica de 1979 -- não será implementada, mas que Ashtiani poderá ainda ser executada por enforcamento se for condenada por homicídio.
Homicídio, adultério, estupro, assalto à mão armada, apostasia e tráfico de drogas podem ser punidos com a pena de morte no Irã.
De acordo com um advogado ouvido pela Reuters, ela pode ser condenada a 15 anos de prisão se for considerada cúmplice do assassinato.
Em nenhum momento da entrevista, que foi dada na língua farsi mas foi transmitida com tradução simultânea para o inglês, ele mencionou a palavra "apedrejamento", referindo-se apenas à "sentença de morte" de Ashtiani.
"Consideramos este um caso muito normal", disse Mehmanparast. "Este dossiê se assemelha a muitos outros dossiês que existem em outros países."
"JOGO POLÍTICO"
Ativistas de direitos humanos, intelectuais e políticos estrangeiros, incluindo o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e sua esposa, Carla Bruni, declararam apoio à causa de Sakineh.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano P.J. Crowley disse a jornalistas: "Apedrejamento é um ato bárbaro e repugnante. Nós estávamos juntos a várias vozes ao redor do mundo que condenaram essa possível atitude do Irã. Mas no fim o caso está nas mãos das autoridades iranianas".
Karim Lahidji, presidente da Liga Iraniana pela Defesa dos Direitos Humanos, que fica em Paris, disse à emissora de tevê France 24: "Estamos muitos felizes com o resultado desta campanha... no entanto, até agora, nenhuma decisão foi tomada pela Justiça."
"Enquanto ela não estiver livre, nós realmente não sabemos se o caso está realmente fechado."
Mehmanparast culpou os Estados Unidos por suscitar o furor com o objetivo de prejudicar a imagem internacional do Irã, no momento em que o país enfrenta sanções que visam frear seu programa nuclear.
"A impressão que se tem é que estão jogando um jogo político", disse ele.
"O caso desta senhora... está diretamente ligado com a guerra branda que está sendo travada contra o Irã e o objetivo é criar uma disputa nas relações entre Irã, Brasil e Turquia."
Brasil e Turquia tentaram sem sucesso resolver o impasse entre o Irã e potências ocidentais devido ao programa nuclear da República Islâmica, que os EUA e países europeus suspeitam ter como objetivo construir uma arma nuclear. O Irã nega a acusação.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que o Irã pode retornar às negociações com as potências após o encerramento do mês sagrado do Ramadã, que termina esta semana. Ativistas de direitos humanos diziam temer que o apedrejamento de Sakineh pudesse ocorrer após o fim do Ramadã.
De acordo com a Anistia Internacional, o Irã perde apenas para a China no número de pessoas que executa. Pelo menos 346 pessoas foram executadas no Irã em 2008.


http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/100908/manchetes/manchetes_ira_apedrejamento_suspenso

domingo, 5 de setembro de 2010

Marginalização da pobreza e “emburrecimento” escolar.

Publicado em setembro 5, 2010 por mozartnoronha

Um jovem professor que conheci na rua durante uma panfletagem se identificou com a campanha e não só declarou voto como também tem acompanhado de perto nossos passos. Nesta semana o Diego, é este o nome dele, me mandou um e-mail perguntando:

Gostaria me informar melhor sobre seus planos para a educação.

Segue a resposta que mandei para ele:

Caro Diego
Para melhorar a educação, é preciso em primeiro lugar destinar mais dinheiro do orçamento. Então a 1a. medida é propor, junto com os poucos deputados que na Alerj estarão dispostos a resolver o problema, um aumento na verba orçamentária para as escolas.

Minha proposta será: reduzir pela metade os gastos com propaganda do governo e pegar este dinheiro (acredite, não é pouco) do orçamento e remanejar para as escolas…

Contudo o problema da educação não é somente o de falta de verba. Por isso, O segundo passo será a fiscalização do uso da verba, cuidando para que sejam feitos os repasses.

Em terceiro lugar, é preciso organizar uma comissão na próxima legislatura para acompanhar de perto o desempenho da secretaria de educação. explico por que:

Os índices de educação do Rio de Janeiro nunca estiveram piores. As escolas estaduais, responsabilidade do estado, foram avaliadas e estão na penúltima colocação no ranking nacional.

Por isso vou propor criação de uma comissão na alerj para discutir, diagnosticar e melhorar o desempenho do ensino médio no Rio de Janeiro.

Pretendo também apresentar proposta de aumento para os professores, e de reforma das escolas. Sérgio Cabral nada fez de relevante na área da educação nestes quatro anos.

Do resultado da avaliação da comissão surgirão novas propostas.

Quero dizer que não será fácil. Defender a educação neste estado é entrar numa luta desigual. A maior parte da bancada será do governador. Provavelmente, pelo menos é o que apontam as pesquisas, o governador será o próprio Cabral. Este sr não tem interesse algum em melhorar a educação do povo. Aliás, ele se elege graças à despolitização da maioria dos cariocas… Mas vou fazer o meu melhor, lutando contra esta política de marginalização da pobreza e “emburrecimento” escolar que só faz mal para noso estado. Este é o meu compromisso.

http://pastormozartnoronha.wordpress.com/2010/09/05/marginalizacao-da-pobreza-e-emburrecimento-escolar/

PSOL ganha na justiça direito de exibir beijo gay

Publicado em 02.09.2010, às 13h28


Do JC Online

Os dois são um casal na vida real
Os dois são um casal na vida real
Foto: reprodução/vídeo

O PSOL poderá mostrar um beijo gay no horário eleitoral gratuito. O partido ganhou na Justiça o direito de exibir a cena.

O partido defende a criminalização da homofobia, a punição rigorosa aos assassinos homofóbicos e grupos neonazistas e pede a livre manifestação
afetiva-sexual dos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros.
O beijo é mostrado na campanha do candidato ao governo de São Paulo, Paulo Bufalo. O vídeo tem duração de 45 segundos e é encerrado com a fala do candidato. Veja o vídeo abaixo.


http://www.youtube.com/watch?v=qkFkqrlfeA8

sábado, 4 de setembro de 2010

A tendência à barbárie e as perspectivas do socialismo

Questões Ideológicas
James Petras   
Qui, 26 de agosto de 2010 17:18
BarbarieAs sociedades ocidentais e os Estados estão se deslocando inexoravelmente para condições semelhantes à barbárie; mudanças estruturais estão revertendo décadas de bem estar social e sujeitando o trabalho, os recursos naturais e as riquezas das nações à exploração bruta, à pilhagem e ao saque, rebaixando os padrões de vida e causando descontentamento num nível sem precedentes.
Inicialmente, descreveremos os processos econômicos, políticos e militares que vêm abrindo este caminho à decadência e à decomposição social, e a seguir mostraremos a reação das massas populares à deterioração de suas condições de vida. As profundas mudanças estruturais que acompanham a ascensão da barbárie constituirão a base para considerar as perspectivas para o socialismo no século XXI.
A crescente onda de barbárie
Nas sociedades antigas, a "barbárie" e os seus portadores - os "bárbaros" invasores - foram vistos como uma ameaça vinda das regiões periféricas de Roma ou Atenas. Nas sociedades ocidentais contemporâneas, os bárbaros vêm de dentro, da elite, com a intenção de impor uma nova ordem que corrói o tecido social e a base produtiva da sociedade, convertendo meios de subsistência estáveis em condições deterioradas e inseguras da vida cotidiana.
A chave para a barbárie contemporânea encontra-se nas estruturas internas do Estado imperial e da economia. Estas incluem:
1.         A ascensão de uma elite financeira e especulativa, que tem saqueado trilhões de dólares dos poupadores, investidores, mutuários, consumidores e do Estado, subtraindo enormes recursos da economia produtiva e colocando-os nas mãos da camada parasitária aninhada no Estado e nos mercados financeiros.
2.         A elite política militarista, que vem supervisionando um estado de guerra permanente desde meados do século passado. Terror de Estado, guerras intermináveis, assassinatos em zonas fronteiriças e a suspensão das garantias constitucionais tradicionais levaram à concentração de poderes ditatoriais, prisões arbitrárias, torturas e à negação do habeas corpus.
3.         Em meio a uma profunda recessão econômica e estagnação, os altos gastos do Estado na construção de um império econômico e militar, às expensas da economia nacional e dos padrões de vida, refletem a subordinação da economia local às atividades do Estado imperial.
4.         A corrupção desde o topo, visível em todos os aspectos da atividade do Estado - desde as aquisições de bens e serviços até a privatização e os subsídios para os super-ricos -, incentiva o crescimento do crime internacional de cima para baixo, a lumpenização da classe capitalista e um Estado onde a lei e a ordem se encontram em descrédito.
5.         Resultantes dos elevados custos de construção do império e da pilhagem da oligarquia financeira, os encargos sócio-econômicos recaem diretamente sobre os ombros dos trabalhadores assalariados, aposentados e trabalhadores por conta própria, determinando uma grande mobilidade descendente na escala social ao longo do tempo. Com a perda de empregos e o desaparecimento das posições mais bem remuneradas, as retomadas de casas pelos bancos crescem exponencialmente e as classes médias, antes estáveis, encolhem, e os trabalhadores são forçados a alongar suas jornadas de trabalho diárias e a trabalhar durante um maior número de anos.
6.         As guerras imperiais, que se espalham pelo mundo e são direcionadas a populações inteiras, que sofrem com os bombardeios e as operações clandestinas de terror, geram, em oposição, redes terroristas, que também atingem alvos civis nos mercados, transportes e espaços públicos. O mundo vai se parecendo ao pesadelo hobbesiano de "todos contra todos".
7.         Um crescente extremismo etno-religioso ligado ao militarismo é encontrado entre os cristãos, judeus, muçulmanos e hindus, que substitui a solidariedade de classe internacional por doutrinas de supremacia racial e penetra as estruturas profundas dos Estados e das sociedades.
8.         O desaparecimento dos Estados europeus e asiáticos de bem-estar social coletivo - nomeadamente, a ex-URSS e a China - levantou as pressões competitivas sobre o capitalismo ocidental e o encorajou à revogação de todas as concessões de bem-estar social obtidas pela classe trabalhadora no período pós-II Guerra Mundial.
9.         O fim do "comunismo" e a integração da social-democracia ao sistema capitalista levaram a um enfraquecimento severo da esquerda, que os protestos esporádicos dos movimentos sociais não conseguiram substituir.
10.       Diante do atual assalto às condições de vida dos trabalhadores e da classe média, só se vêem protestos esporádicos, no melhor dos casos, e impotência política, no pior.
11.       A exploração maciça do trabalho nas sociedades capitalistas pós-revolucionárias, como a China e o Vietnã, compreende a exclusão de centenas de milhões de trabalhadores migrantes dos serviços públicos elementares de educação e saúde. A pilhagem sem precedentes e a captura, por oligarquias nacionais e multinacionais estrangeiras, de milhares de lucrativas empresas públicas estratégicas da Rússia, das repúblicas da ex-União Soviética, dos países da Europa Oriental, dos Bálcãs e dos países bálticos, foram a maior transferência de riqueza pública para mãos privadas, em curto espaço de tempo, em toda a História.
Em resumo, a barbárie surgiu como uma realidade definida, produto da ascensão de uma classe dominante financeira parasitária e militarista. Os bárbaros encontram-se aqui e agora, presentes dentro das fronteiras das sociedades ocidentais e seus Estados. Eles governam e perseguem agressivamente uma agenda que está continuamente a reduzir os padrões de vida, a transferir a riqueza pública para os seus cofres privados, a pilhar recursos públicos, a violar direitos constitucionais no exercício de suas guerras imperiais, a segregar e perseguir milhões de trabalhadores imigrantes e a promover a desintegração e o desaparecimento do trabalho estável e de classe média. Mais do que em qualquer outro momento na história recente, o 1% mais rico da população controla uma parcela crescente das riquezas e das rendas nacionais.
Mitos e realidades do capitalismo histórico
A retirada, em grande escala e de forma sustentada, dos direitos sociais e previdenciários, da segurança no emprego, e as reduções de salários e aposentadorias, demonstram a falsidade da idéia do progresso linear do capitalismo. Essa reversão, produto do poder ampliado da classe capitalista, demonstra a validade da proposição marxista de que a luta de classes é o motor da História - na medida em que, pelo menos, a própria condição humana é considerada como sua peça central.
A segunda premissa falsa - a de que os Estados organizados em "economias de mercado" têm como pré-requisito a paz, tendo como corolário a ascendência dos "mercados" sobre o militarismo - é refutada pelo fato de que a principal economia de mercado - os Estados Unidos - tem permanecido em constante estado de guerra desde o início da década de 1940, estando ativamente engajada em guerras em quatro continentes, até os dias de hoje, e com perspectiva de novas, maiores e mais sangrentas guerras no horizonte. A causa e conseqüência da guerra permanente é o crescimento de um monstruoso "Estado de segurança nacional" que não reconhece fronteiras nacionais e absorve a maior parte do Orçamento do país.
O terceiro mito do "capitalismo avançado maduro" é o de que este sempre revoluciona a produção através da inovação e da tecnologia. Com a ascensão da elite financeira especulativa e militarista, as forças produtivas foram saqueadas e a "inovação" é em grande parte direcionada à elaboração de instrumentos financeiros que exploram os investidores, reduzem os ativos e acabam com o trabalho produtivo.
Enquanto o império cresce, a economia local se contrai, o poder está centralizado no Executivo, o poder legislativo é reduzido e aos cidadãos é negada uma representação efetiva, ou mesmo o poder de veto através de processos eleitorais.
A resposta das massas ao aumento da barbárie
A ascensão da barbárie em nosso meio tem provocado revolta pública contra seus principais executores. As pesquisas de opinião têm reiteradamente encontrado:
(1)       Profunda aversão e revolta contra todos os partidos políticos.
(2)       Grande desconfiança, nutrida pela maioria da população, contra a elite empresarial e política.
(3)       Rejeição, também pela maioria, da concentração de poder corporativo e do seu abuso, principalmente por parte dos banqueiros e financistas.
(4)       Questionamento amplo das credenciais democráticas dos líderes políticos que agem a mando da elite empresarial e promovem as políticas repressivas do Estado de segurança nacional.
(5)       Rejeição, pela grande maioria da população, da pilhagem do Tesouro nacional para salvação dos bancos e da elite financeira, com a imposição de programas de austeridade regressivos sobre a classe média trabalhadora.
Perspectivas para o socialismo
A ofensiva capitalista teve certamente um grande impacto sobre as condições objetivas e subjetivas da classe média trabalhadora, empobrecendo- a e provocando uma onda crescente de descontentamento pessoal, que ainda não se traduziu numa movimentação anticapitalista massiva, ou mesmo numa resistência dinâmica e organizada.
As grandes mudanças estruturais requerem um melhor entendimento das atuais circunstâncias adversas e a identificação de novas instâncias e meios onde se desenvolvem a luta de classes e de transformação social.
Um problema-chave é a necessidade de se recriar uma economia produtiva e reconstruir uma classe trabalhadora industrial após anos de pilhagem financeira e desindustrialização, não necessariamente para as poluidoras indústrias do passado, mas certamente para novas indústrias que criem e utilizem fontes de energia limpa.
Em segundo lugar, as sociedades capitalistas altamente endividadas necessitam, fundamentalmente, sair do modelo de construção imperial militarista de alto custo em direção a um modelo de austeridade financeira baseado na classe e que imponha os sacrifícios e as reformas estruturais aos setores bancário, financeiro e comercial de grande varejo, que substitui a produção local pela importação de artigos de consumo de baixo custo.
Em terceiro lugar, o enxugamento do setor financeiro e do comércio retalhista exige a melhoria das qualificações dos trabalhadores que serão deslocados ou desempregados, bem como mudanças no setor de TI, de forma a acomodar as próprias mudanças econômicas. Exige, também, a mudança de um paradigma - da renda monetária para o rendimento social -, em que a educação pública e gratuita de alto nível, o acesso universal à saúde e as aposentadorias abrangentes substituirão o consumismo global financiado por dívidas. Isso pode se tornar a base para o fortalecimento da consciência de classe contra o consumismo individual.
Esta é a questão: como passar de uma posição em que a classe trabalhadora se encontra fragmentada e enfraquecida e os movimentos sociais em recuo ou na defensiva a uma posição em que seja possível lançar uma ofensiva anticapitalista?
Vários fatores subjetivos e objetivos já permitem o trabalho nesse sentido. Primeiro, há uma negatividade crescente contra a grande maioria dos atuais operadores políticos e, em particular, contra as elites econômicas e financeiras que estão claramente identificadas como responsáveis pelo declínio nos padrões de vida. Em segundo lugar, há o ponto de vista popular, compartilhado por milhões de pessoas, de que os atuais programas de austeridade são claramente injustos - com os trabalhadores a pagar pela crise que a classe capitalista produziu. Até o momento, no entanto, estas maiorias são mais "anti"-status quo do que "pró"-transformação. A transição do descontentamento privado para a ação coletiva é uma questão em aberto quanto a quem a desencadeará e como o fará, mas a oportunidade está presente.
Existem vários fatores objetivos que podem deflagrar uma mudança qualitativa do descontentamento, deslocando-o da raiva passiva rumo a um maciço movimento anticapitalista. Um "duplo mergulho" na recessão, o fim da atual recuperação anêmica e o início de uma recessão mais profunda e prolongada ou de uma depressão poderiam desacreditar ainda mais os governantes atuais e seus aliados econômicos.
Em segundo lugar, o aprofundamento interminável da austeridade poderá desacreditar a noção atual, difundida pela classe dominante, de que os sacrifícios atuais são necessários para se obterem ganhos futuros, abrindo as mentes e encorajando os corpos a se moverem à procura de soluções políticas, de forma a alcançar ganhos no presente e infligir dor às elites econômicas.
As inesgotáveis e "invencíveis" guerras imperiais que sangram a economia e a classe trabalhadora podem, em última análise, criar uma consciência de que a classe dominante oferece "sacrifícios" à nação sem nenhuma finalidade "útil".
Provavelmente, o efeito combinado de uma nova etapa da recessão, a austeridade perpétua e as estúpidas guerras imperiais acabarão por transformar o mal-estar atual e a difusa hostilidade das massas contra a elite econômica e política em favor dos movimentos socialistas, partidos e sindicatos.
13-Ago-2010
James Petras é sociólogo, nascido em Boston. Publicou mais de sessenta livros de economia política e, no terreno da ficção, quatro coleções de contos.
Fonte: Correio da Cidadania
 

http://www.socialismo.org.br/portal/questoes-ideologicas/83-artigo/1670-a-tendencia-a-barbarie-e-as-perspectivas-do-socialismo

Polícia moçambicana mata dez manifestantes





Polícia moçambicana mata dez manifestantes PDF Imprimir E-mail
Internacional
Esquerda.Net   
Qui, 02 de setembro de 2010 15:19
MaputoEntre os mortos estarão duas crianças que participavam dos protestos contra os aumentos de preços dos produtos essenciais. Foram efectuadas pelo menos 142 prisões.
O balanço do primeiro dia dos protestos populares contra os violentos aumentos de preços dos produtos essenciais em Moçambique aponta para a morte de dez pessoas - entre elas duas crianças - e ferimentos em mais de 50. A polícia usou balas reais para dispersar os populares e há um registo vídeo de um homem a disparar uma carabina da janela de uma sede da Frelimo, contra a população na rua. Pelo menos 142 pessoas foram presas. Os protestos concentraram-se em Maputo, mas, segundo fontes ouvidas pela TSF, chegaram também à cidade da Beira.
A revolta popular foi provocada pelos violentos aumentos de preços: o pão subiu de 7 para 10 meticais, sendo que um salário baixo, em Moçambique, não ultrapassa os 2.500 meticais por mês. O aumento dos combustíveis foi o terceiro consecutivo - o litro de gasolina está quase a um dólar. Houve também aumentos das tarifas da água potável e da electricidade.
Os protestos nasceram de convocações por mensagens de SMS, a chamar para o dia 1 uma greve de protesto pelos aumentos. Barricadas foram montadas em Maputo, as estradas de acesso à capital foram bloqueadas e o sistema de transportes parado. A maioria das lojas permaneceu fechada, e houve assaltos de manifestantes a armazéns.
O presidente Armando Guebuza foi à televisão dizer que os "compatriotas que são usados nesta agitação estão exactamente a contribuir para trazer luto e dor no seio da família moçambicana". Guebuza lamentou que "em vez de uma manifestação pacífica e ordeira assistimos a manifestações que se saldaram em óbitos e em feridos graves e que também resvalaram para cenas de vandalismo". O chefe de Estado responsabilizou pela situação "factores externos que incluem a crise financeira, de alimentos e a subida dos preços dos combustíveis" no mercado internacional.
A Renamo, de oposição, condenou a utilização de balas reais contra os manifestantes e exigiu a demissão do ministro do Interior pelo Presidente da República. "Na Constituição da República não está prevista a pena de morte, se um cidadão cometeu alguma infracção o normal é ser julgado e condenado, mas não à pena de morte", disse à Lusa Fernando Mazanga, porta-voz do partido.
Moçambique: Maputo parada por violentos protestos populares






Polícia junto a uma barricada em Maputo. Foto de ANTONIO SILVA / LUSA
Polícia junto a uma barricada em Maputo.
Foto de ANTONIO SILVA / LUSA
Moçambique: 2º dia de revolta popular
Governo reuniu de emergência e decidiu manter os aumentos de preços e impor a ordem nas ruas. As barricadas voltaram a cortar as principais avenidas e a polícia disparou de novo sobre os manifestantes.
Reunido de emergência na manhã desta quinta, o Conselho de Ministros de Moçambique manteve a decisão de aumento dos preços dos bens essenciais, como o pão, a água e a electricidade, e apelou à calma da população, que deve "trabalhar arduamente" para reduzir o custo de vida no país. O porta-voz do Conselho de Ministros, Alberto Nkutumula, disse que a solução para os problemas dos moçambicanos passa pelo trabalho. "Estamos num barco em que não há passageiros e comandantes".
Os dados oficiais apontam que sete pessoas morreram e 288 ficaram feridas nos confrontos entre populares e polícia em Maputo. Mas dados levantados pelo correspondente em Maputo da RTP apontam para a existência já de 14 mortos.
Segundo o governo, os prejuízos decorrentes das manifestações estão estimados em 122 milhões de meticais (2,5 milhões de euros).
O governo mandou os militares para as ruas, para "ajudar o trabalho da polícia", neste segundo dia de greves, protestos e barricadas nas ruas que paralisaram a capital de Moçambique. Com quase todos os estabelecimentos encerrados, há dificuldades em encontrar combustível e poucas são as padarias abertas, o que provocou longas filas nas que abriram.
A agência Lusa voltou a constatar a existência de confrontos entre a polícia e os populares na zona do Zimpeto, na zona de saída de Maputo, em direcção ao norte do país, e também na Avenida do Trabalho, no bairro da Chamanculo. Na zona de Xiquelene, grupos de jovens atiraram pedras à polícia e destruíram cartazes de Armando Guebuza, Presidente da República.
Ouvido pela Lusa, o jornalista Fernando Lima explicou que os populares que protestam "não é ao metical que reagem. É ao governo. Pensam que nos estão a ir ao bolso naquilo que é o nosso último recurso", disse. Na sua opinião, a decisão do governo de manter os aumentos não corresponde à expectativa das pessoas, e por isso os protestos vão manter-se.
2 Setembro, 2010
http://www.socialismo.org.br/portal/internacional/39-noticia/1674-policia-mocambicana-mata-dez-manifestantes