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domingo, 14 de março de 2010

Martiniano, Plínio e Babá






A candidatura, a anti-candidatura e a linha auxiliar

Rodrigo Silva (Digão) – PSOL/SP

Após o primeiro debate entre os prés-candidatos a presidência do Brasil pelo PSOL é possível reconhecer a quem serve cada uma das candidaturas.

Martiniano e sua militância têm se jogado no debate político sobre a futura candidatura do partido e a melhor maneira de dialogar com a população, fato que não tem sido acompanhado pelos outros candidatos e sua militância.

Ainda na candidatura de Plínio, pode-se encontrar uma ou outra proposta programática, mesmo sendo estas voltadas apenas à vanguarda e aos movimentos sociais mais organizados em detrimento dos quase 7 milhões que votaram no PSOL em 2006.

O triste neste cenário é ver como tem se portado a candidatura de Babá e a sua militância. Babá e CST têm servido como linha auxiliar à candidatura de Plínio. Em suas defesas, como já foi apontado por diversos companheiros em nas avaliações do primeiro debate, a tônica usada é de intenso ataque à Martiniano, não apresentando propostas programáticas, e sim pavimentando o caminho para a candidatura de Plínio.

É justo que se apóie uma ou outra candidatura e é totalmente saudável o momento de debate que enfrentamos no partido. Mas é preciso que essa defesa seja a mais clara possível. Não é aceitável que haja uma candidatura com o papel de reduzir o debate político à acusações a um candidato ou a sua militância.

Em carta divulgada pela Internet, Michel Oliveira e Diego Vitello criticam o fato de Martiniano ter sido defensor das conversas com Marina Silva. É preciso esclarecer aos companheiros que essa foi uma linha aprovada na Executiva Nacional e que hoje grande parte dos apoiadores de Plínio defendiam que elas ocorressem, como a APS inteira e, Ivan Valente em especial, e o Enlace de João Alfredo. Por que não vemos então críticas a essa candidatura, que tem duas grandes correntes que apoiaram essa mesma linha? As críticas ainda deveriam ser feitas a Plínio e seu grupo pelo fato de que a revelia das instâncias partidárias, esses propagandeavam uma candidatura própria do PSOL e já estabelecia aquele como candidato.

É interessante o fato de se agregar em uma candidatura aqueles que, desrespeitando o resto do partido, trabalharam paralelamente numa candidatura própria e, os que até o último momento participaram das conversas com Marina Silva/PV. Mais interessante ainda é o fato da candidatura de Babá e seus apoiadores não apresentarem nenhuma crítica a esse grupo, mas trabalharem o tempo todo na ofensiva contra Martiniano.

É preciso entrar no debate de que apesar de ser um partido socialista e ter como objetivo o socialismo, o PSOL não se resume a debater apenas com os socialistas. O caráter fundacional do partido deve ser relembrado e reafirmado neste momento. O PSOL nasceu com uma grande responsabilidade: agrupar a esquerda brasileira que se encontrava desarticulada, mas esse partido nasce com outro grande papel que era o de conseguir influência nas massas e, isso não quer dizer apenas organizar os socialistas convictos, mas debater e militar dia a dia ao lado daqueles que apresentavam papel mais progressista na sociedade e através da luta cotidiana elevar a consciência destes lutadores.

O PSOL não deve ser apenas um partido de socialistas para socialistas e sim um partido do povo para o povo. Querer restringir o debate político à pequena parcela socialista da população brasileira é cumprir o papel que a burguesia espera que cumpramos, o papel de ser sempre, parafraseando o poeta Thiago de Melo “a solitária vanguarda de nós mesmos”, um partido fechado em si, papel que já é cumprindo por alguns partidos há mais de vinte anos. O PSOL deve sim falar em socialismo, mas se isso não for sinônimo de diálogo (e principalmente diálogo com a população), não é socialismo, é propagandismo. E propagandismo é a antítese do socialismo.

Michel e Diego ainda saem em defesa de Plínio, pelo fato deste ter avaliado que “o governo Lula foi muito melhor que o governo FHC”. Para absolver Plínio, justificam que seria o mesmo que um hipotético apoio de Luciana Genro ao ministro petista Tarso Genro caso ocorra um segundo turno no Rio Grande do Sul. É preciso que neste momento de fervilhante debate político no interior do partido, as análises se atenham a fatos e não a hipóteses deslocadas do eixo do debate.

Os companheiros dialogam durante toda sua carta com o dirigente do MÊS Roberto Robaina. Fazem isso pelo fato de historicamente combaterem a direção do partido, mas se esquecem de que hoje “a nova maioria” está ao lado da candidatura de Plínio. Mas atacam Robaina por outros motivos. Atacam-no porque ele luta para que o PSOL se afirme como um partido que disputa o poder e a influência nas massas, porque fez com que o PSOL gaúcho, junto com Luciana Genro, fosse um exemplo de combate ao capitalismo, sabendo aproveitar-se de suas fissuras e explorar suas instâncias burocráticas.

Michel e Diego criticam ainda a disputa do delegado Prótogenes, como se ele não devesse ser disputado. O delegado foi disputado como devem ser disputados todos os outros não socialistas. O PSOL não deve se limitar a disputar os socialistas convictos, disputar a pequena vanguarda existente com PCB e PSTU. A imensa maioria da população brasileira não é socialista. Por isso o Brasil e o mundo estão como estão. Devemos disputar aqueles que não são socialistas e essa tarefa é a mais difícil, a disputa com o capital. Não devemos trilhar o fácil caminho de ser a pureza do socialismo que se proclama às vanguardas e sim assumir nosso papel histórico de disputar cada brasileiro com o capital, com a Rede Globo, com o voto de cabresto, com a idéia de que todo político é corrupto, do voto útil e do voto no menos pior.

Esperamos que a candidatura de Babá mostre realmente a que veio, apresentando assim elementos que o postule realmente a ser o candidato à presidência do Brasil pelo PSOL, ou que assuma a simpatia que tem pela escolha de Plínio na convenção eleitoral dos dias 10 e 11 de abril.



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