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quinta-feira, 31 de março de 2011

Veja quais foram as decisões do reitor da USP que provocaram polêmica

31/03/2011 - 00h01
Ana Okada
Em São Paulo
 
Quebra de isonomia salarial; demissão de funcionários aposentados; mudança de servidores da Cidade Universitária para o centro da cidade ou para o Centro Empresarial, em Santo Amaro; desalojamento de grupos de estudo para a construção de novos prédios; e a provável diminuição de vagas e extinção do curso de obstetrícia, na USP Leste (Each/USP) são alguns dos exemplos de medidas impopulares do atual reitor da USP (Universidade de São Paulo), João Grandino Rodas. Saiba mais sobre elas:
 
1) Quebra da isonomia salarial entre funcionários e professores
Funcionários e professores das universidades públicas paulistas (USP, Unesp e Unicamp) sempre tiveram isonomia salarial, ou seja: todos recebiam o mesmo aumento. No entanto, em março de 2010, os reitores das instituições decidiram aumentar somente os salários dos professores. O reajuste foi de R$ 195 a R$ 574, dependendo da categoria.
Na data-base dos servidores, que ocorre sempre em maio, funcionários e docentes tiveram aumento de 6,57%. Ou seja, docentes tiveram aumento maior, e a isonomia foi quebrada.

2) Demissão de funcionários aposentados que ainda estavam na ativa
No início do ano, 260 funcionários da instituição que estavam aposentados mas continuavam trabalhando foram desligados da USP. Eles continuavam na ativa por conta de uma norma que permitia isso - segundo o presidente da Adusp (Associação dos docentes da USP), João Zanetic, mais de mil servidores estão nesta condição. Os sindicatos de funcionários e docentes criticam o modo foi feita a demissão, "na calada da noite".

Zanetic diz ainda que muitos diretores de unidades não tiveram tempo de selecionar ou treinar servidores para repor os que foram demitidos, pois foram pegos de surpresa. O Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) relata que há casos em que pesquisas foram paradas ou correm o risco de pararem por conta de demissões. Em comunicado, a universidade diz que as vagas serão repostas com a convocação de novos servidores, e que decidiu desligá-los para evitar que, em três anos, 25% do contingente de servidores fosse de aposentados, "dificultando o crescimento dos trabalhadores mais jovens".
3) Desalojamento de grupos de estudos
Estudantes estão apreensivos com a previsão da demolição dos chamados "barracões", construções que abrigam, dentre outros, o núcleo de estudo da consciência negra e a vivência do centro acadêmico dos alunos da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade). O diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Thiago Aguiar, diz que não foi oferecido nenhum lugar para a transferência dessas entidades. "Para você ter uma ideia, criaram a toque de caixa uma "comissão de demolição", totalmente unilateral. O CA da Veterinária foi destruído assim", explica.
De acordo com informativo da USP, os barracões estão em "local deprimente do campus" e foram "construídos provisoriamente, com quase cinquenta anos, cobertos com telha de amianto e cujo sistema de drenagem externa propicia acumulação de água". No entanto, a presidente do centro acadêmico da FEA, Maíra Madrid, diz que a área utilizada pela FEA foi reformada recentemente pela iniciativa privada. "A gente espera manter a vivência, e se for para sair, que tenhamos outro lugar com condições tão boas quanto as que temos agora", diz.
4) Mudança de funcionários para escritórios fora da USP
De acordo com Magno de Carvalho, diretor do Sintusp, cerca de 1.500 funcionários que ficavam nos prédios das chamadas "nova" e "antiga" reitoria foram remanejados para prédios fora do campus sem que houvesse discussão prévia sobre isso na comunidade acadêmica. Na prefeitura do campus, 500 servidores foram para outros prédios dentro da Cidade Universitária. Para Carvalho, "o objetivo é desmanchar um setor que é combativo" em greves e paralisações.
Segundo a assessoria de imprensa da USP, foram remanejados somente 425 servidores, sendo 125 para o Centro Empresarial e 300 para outros locais fora do campus. Os últimos têm previsão de retornarem à Cidade Universitária após a conclusão de obras anunciadas no início do ano, tais como um centro de convenções, um centro de difusão internacional e a reforma do anfiteatro Camargo Guarnieri.
O valor dos imóveis que serão utilizados pela administração da USP fora do campus foi questionado tanto pelo Sintusp quanto pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), que convocou o reitor na semana passada para responder a reclamações de gasto de dinheiro público sem necessidade e ausência de transparência e diálogo.
Rodas não compareceu e enviou um representante, que não se pronunciou e saiu antes do término da seção, pois teria sido ofendido pelos participantes.
Documento apresentado na audiência mostrava que o valor dos locais utilizados fora do campus é de mais de R$ 35 milhões. "Achamos absurdos esses valores, e é tudo muito estranho, não sabemos se isso foi aprovado no CO (Conselho Universitário)", diz Carvalho. Segundo informativo da universidade, a USP arcou apenas com "gastos de manutenção e de segurança".
"Essa mudança para outros prédios nos surpreende, mesmo que não seja de forma truculenta. Mudar funcionários para locais com 10, 15 km de distância da Cidade Universitária, é uma medida autoritária e, aparentemente, desnecessária", diz o presidente da Adusp (Associação dos docentes da Universidade de São Paulo), João Zanetic.

 
Fonte: 
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2011/03/31/veja-quais-foram-as-decisoes-do-reitor-da-usp-que-provocaram-polemica.jhtm

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