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sábado, 4 de setembro de 2010

Polícia moçambicana mata dez manifestantes





Polícia moçambicana mata dez manifestantes PDF Imprimir E-mail
Internacional
Esquerda.Net   
Qui, 02 de setembro de 2010 15:19
MaputoEntre os mortos estarão duas crianças que participavam dos protestos contra os aumentos de preços dos produtos essenciais. Foram efectuadas pelo menos 142 prisões.
O balanço do primeiro dia dos protestos populares contra os violentos aumentos de preços dos produtos essenciais em Moçambique aponta para a morte de dez pessoas - entre elas duas crianças - e ferimentos em mais de 50. A polícia usou balas reais para dispersar os populares e há um registo vídeo de um homem a disparar uma carabina da janela de uma sede da Frelimo, contra a população na rua. Pelo menos 142 pessoas foram presas. Os protestos concentraram-se em Maputo, mas, segundo fontes ouvidas pela TSF, chegaram também à cidade da Beira.
A revolta popular foi provocada pelos violentos aumentos de preços: o pão subiu de 7 para 10 meticais, sendo que um salário baixo, em Moçambique, não ultrapassa os 2.500 meticais por mês. O aumento dos combustíveis foi o terceiro consecutivo - o litro de gasolina está quase a um dólar. Houve também aumentos das tarifas da água potável e da electricidade.
Os protestos nasceram de convocações por mensagens de SMS, a chamar para o dia 1 uma greve de protesto pelos aumentos. Barricadas foram montadas em Maputo, as estradas de acesso à capital foram bloqueadas e o sistema de transportes parado. A maioria das lojas permaneceu fechada, e houve assaltos de manifestantes a armazéns.
O presidente Armando Guebuza foi à televisão dizer que os "compatriotas que são usados nesta agitação estão exactamente a contribuir para trazer luto e dor no seio da família moçambicana". Guebuza lamentou que "em vez de uma manifestação pacífica e ordeira assistimos a manifestações que se saldaram em óbitos e em feridos graves e que também resvalaram para cenas de vandalismo". O chefe de Estado responsabilizou pela situação "factores externos que incluem a crise financeira, de alimentos e a subida dos preços dos combustíveis" no mercado internacional.
A Renamo, de oposição, condenou a utilização de balas reais contra os manifestantes e exigiu a demissão do ministro do Interior pelo Presidente da República. "Na Constituição da República não está prevista a pena de morte, se um cidadão cometeu alguma infracção o normal é ser julgado e condenado, mas não à pena de morte", disse à Lusa Fernando Mazanga, porta-voz do partido.
Moçambique: Maputo parada por violentos protestos populares






Polícia junto a uma barricada em Maputo. Foto de ANTONIO SILVA / LUSA
Polícia junto a uma barricada em Maputo.
Foto de ANTONIO SILVA / LUSA
Moçambique: 2º dia de revolta popular
Governo reuniu de emergência e decidiu manter os aumentos de preços e impor a ordem nas ruas. As barricadas voltaram a cortar as principais avenidas e a polícia disparou de novo sobre os manifestantes.
Reunido de emergência na manhã desta quinta, o Conselho de Ministros de Moçambique manteve a decisão de aumento dos preços dos bens essenciais, como o pão, a água e a electricidade, e apelou à calma da população, que deve "trabalhar arduamente" para reduzir o custo de vida no país. O porta-voz do Conselho de Ministros, Alberto Nkutumula, disse que a solução para os problemas dos moçambicanos passa pelo trabalho. "Estamos num barco em que não há passageiros e comandantes".
Os dados oficiais apontam que sete pessoas morreram e 288 ficaram feridas nos confrontos entre populares e polícia em Maputo. Mas dados levantados pelo correspondente em Maputo da RTP apontam para a existência já de 14 mortos.
Segundo o governo, os prejuízos decorrentes das manifestações estão estimados em 122 milhões de meticais (2,5 milhões de euros).
O governo mandou os militares para as ruas, para "ajudar o trabalho da polícia", neste segundo dia de greves, protestos e barricadas nas ruas que paralisaram a capital de Moçambique. Com quase todos os estabelecimentos encerrados, há dificuldades em encontrar combustível e poucas são as padarias abertas, o que provocou longas filas nas que abriram.
A agência Lusa voltou a constatar a existência de confrontos entre a polícia e os populares na zona do Zimpeto, na zona de saída de Maputo, em direcção ao norte do país, e também na Avenida do Trabalho, no bairro da Chamanculo. Na zona de Xiquelene, grupos de jovens atiraram pedras à polícia e destruíram cartazes de Armando Guebuza, Presidente da República.
Ouvido pela Lusa, o jornalista Fernando Lima explicou que os populares que protestam "não é ao metical que reagem. É ao governo. Pensam que nos estão a ir ao bolso naquilo que é o nosso último recurso", disse. Na sua opinião, a decisão do governo de manter os aumentos não corresponde à expectativa das pessoas, e por isso os protestos vão manter-se.
2 Setembro, 2010
http://www.socialismo.org.br/portal/internacional/39-noticia/1674-policia-mocambicana-mata-dez-manifestantes

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